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A experiência de fazer turismo em família durante a pandemia
Economia

A experiência de fazer turismo em família durante a pandemia

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O EMPRESÁRIO Alberto Leal mora em Belém e viajou com a família para Fortaleza (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)
Foto: Aurelio Alves/ O POVO O EMPRESÁRIO Alberto Leal mora em Belém e viajou com a família para Fortaleza

No calçadão da avenida Beira-Mar, em Fortaleza, e em outros pontos turísticos do Estado já é possível perceber o retorno gradativo dos turistas. O empresário Adalberto Leal, de 45 anos, por exemplo, veio de Belém para uma miniférias com a família na Capital, depois de seis meses de confinamento em casa.

"A gente estava precisando dessa válvula de escape porque, desde o início da pandemia, nós ficamos isolados em casa, muito restritos, e isso acabou gerando um estresse emocional grande. É claro que o fato de já termos contraído o vírus nos deixou mais seguro para viajar de avião. Além disso, encontramos passagens com preços razoáveis, o que acabou unindo o útil ao agradável", afirma.

Essa não é a primeira vez deles no Estado, mas a experiência tem sido diferente. O voo, que teve de ser remarcado uma vez porque o primeiro foi cancelado, veio cheio, não houve lanches a bordo e o desembarque foi mais organizado. "Está saindo uma fileira de cada vez do avião".

Ele conta que nem todos os programas inicialmente previstos foram seguidos. A ida ao complexo turístico do Ipark, em Maranguape, por exemplo, foi revista porque o parque ainda não foi reaberto. Notou também que diversos estabelecimentos na orla de Fortaleza estavam fechados às 22 horas. Mas, aproveitou para ir a praias que ainda não conhecia, como Flecheiras e Lagoinha.

"Deu para aproveitar bastante. A gente percebe que, em alguns locais, há um cuidado maior em relação à Covid-19, todo mundo de máscara. Mas, em outros, existe um relaxamento maior com alguns pontos de aglomeração e pessoas sem máscaras. Em tese, a gente estaria imune, mas acho importante usar a máscara, até por uma questão de responsabilidade para com os outros. Ninguém sabe quem já pegou ou não", observa.

Embora a retomada mais sólida do turismo ainda esteja distante, o trade turístico está mais otimista. Para o presidente da Associação Brasileira dos Hotéis (ABIH-CE), Régis Medeiros, se antes, as fichas estavam todas postergadas para 2021, agora, o setor já enxerga um fim de ano mais aquecido.

"Mesmo com a questão das festas de Réveillon indefinida, acho que, independentemente disso, teremos uma boa ocupação, porque as pessoas gostam de passar a virada do ano na praia", diz.

A taxa média de ocupação dos hotéis em Fortaleza está em 35%. "No litoral, o turismo está retomando mais rápido que na Capital. Aqui, a volta com mais força vem com os voos. Mas, de modo geral, acho está um pouco melhor do que esperávamos que seria. Não é que esteja rápido, mas é menos lento. Acho que as coisas estão se estabilizando, as pessoas reaprendendo a conviver. É natural porque, lá no início da pandemia, tudo ainda era muito desconhecido".

O economista Maurício Costa, no entanto, é mais cauteloso. Para ele, o turismo que está voltando ainda é muito local ou regional. Ele destaca que uma disposição maior das pessoas em fazer viagens de lazer está atrelada aos rumos que a economia vai tomar. "Uma coisa é viajar para uma praia próxima no feriado, rápido, outra é fazer planos de férias. Há uma incerteza muito grande, as pessoas perderam renda, então, ainda vai depender de como as coisas vão ficar", acrescenta.

 

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