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Moeda alta pode ajudar economia cearense no pós-pandemia
Economia

Moeda alta pode ajudar economia cearense no pós-pandemia

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Na avaliação da gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Karina Frota, apesar dos reveses, o dólar alto tem potencial de ajudar na retomada da economia cearense no pós-pandemia. Em especial, quando se trata de comércio exterior e atração de investidores para o Estado.

No acumulado de janeiro a agosto, as exportações cearenses registraram o valor de US$ 1,277 bilhão, o que corresponde a redução de 16,8%, comparando-se igual período do ano anterior. No mês, o montante movimentado foi de US$ 155 milhões, queda de 8,6% em comparação ao mês de julho, mas uma alta de 6% ante agosto de 2019.

"Como primeira consequência positiva, apostamos muito no próprio comércio exterior, porque além do dólar alto tracionar as exportações, torna os produtos cearenses mais competitivos no mercado internacional", afirma Karina.

Dentre os grandes setores beneficiados, ela cita os produtos siderúrgicos, calçados, pás eólicas, pescados e, sobretudo, frutas que aparecem de forma expressiva na pauta de exportação cearense do segundo semestre. Por outro lado, a indústria alimentícia pode sentir muito o encarecimento dos insumos.

"Somos grandes importadores de cereais. De forma especial, o trigo e misturas de trigo por ocasião dos moinhos que estão no Estado. Apesar desse trigo ser beneficiado com alíquota zero de imposto de importação, com o dólar alto, este é um produto que chega ao Ceará mais caro. O que acontece também com produtos químicos e setor de plásticos".

Ela reforça que o dólar está em um patamar alto há um tempo considerável e não há perspectiva, por enquanto, para uma queda rápida nos próximos meses. Considerando que, dentro do Brasil, o Ceará é um dos poucos estados com uma boa situação fiscal, isso pode ajudar a atrair investimentos estrangeiros.

"O dólar vale muito mais no momento presente, mas é claro que esta atração está sempre condicionada à retomada da agenda federal, como a reforma administrativa e tributária".

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