A venda de automóveis subiu 14,33% em setembro ante agosto deste ano, no Ceará. O percentual está acima da média nacional de 9,55%. Os dados, divulgados ontem pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), consideram carros leves e pesados. Esse é o terceiro mês seguido de crescimento no Estado, após estagnada em razão do novo coronavírus.
Em maio, a comercialização chegou a cair 80,1% no Estado. Ao todo, foram 4,7 mil veículos vendidos no último mês contra 4,3 mil no anterior. Apesar de números positivos, na comparação do acumulado deste ano com igual período de 2019, houve queda de 30%, baixando de 40,2 mil para 28,1 mil emplacamentos.
O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, acredita que o setor já opera em níveis pré-pandemia. "A cada mês que passa, conseguimos observar que o mercado vem retomando os volumes e se readequando ao que se convencionou chamar de 'novo normal'. Tanto que, apesar de ter o mesmo número de dias úteis de agosto (21), o volume de setembro foi mais elevado", conclui.
Para o economista Raul Santos, o crescimento reflete a resposta rápida do Governo à crise sanitária: "Fomos um dos primeiros estados a fechar e, depois, reabrir de forma consciente. Isso gerou uma confiança e credibilidade para a retomada dos projetos pessoais e profissionais", avalia.
Ele acrescenta que, neste contexto, os compradores que mantiveram a demanda reprimida voltaram com apetite para o consumo. Somado a isso, as taxas mais baixas de juros e condições de negociação influenciaram as vendas.
Outro ponto, acrescenta, é que houve mudanças no comportamento da sociedade e a compra de um carro pode estar associada a isso em alguns casos. "Mas isso é um momento. Um ajuste de mercado. Portanto, a tendência é que as médias de crescimento se acomodam e alinhem às métricas nacionais", analisa.
A diretora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-CE) e consultora financeira, Darla Lopes, pondera que, antes da decisão de compra, é preciso avaliar se a aquisição está de acordo com o perfil da pessoa ou da família. O primeiro passo é entender se outros meios de transporte não suprem a necessidade e de maneira mais econômica.
Caso a decisão seja pela obtenção do bem, é fundamental considerar os custos de manutenção para além das parcelas, quando financiado. "Detectou-se que, se a compra é indispensável, o ideal seria a compra à vista. No entanto, os que não puderem precisarão se programar para pagar as taxas de juros", frisa. É crucial, destaca, que o consumidor faça a tradicional pesquisa preços.
"Deve-se consultar várias concessionárias e comparar promoções. Algumas incluem o Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e emplacamento. Mas, às vezes, o valor está embutido. Portanto, a pesquisa criteriosa será capaz de identificar isso e quando é o melhor negócio", afirma.
Darla aponta que a pessoa que tem possibilidade de empréstimo consignado deve considerá-la. Essa modalidade tem umas das taxas de juros mais baratas devido ao baixo risco de crédito ao mercado, já que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento.
Ambas as condições devem ser comparadas. Se o consignado estiver com encargos menores, será uma opção para comprar à vista, com mais possibilidades de baixar o preço total e manter parcelas mais barata. Ela enfatiza, porém, que a sugestão é válida apenas quando for vantajoso e extremamente necessário.
Decisão de compra - CIDADÃ- VAI TER FOTO
A dona de casa Francineide Andrade da Costa, 39, decidiu comprar um automóvel em setembro. Antes, a locomoção da família ocorria por meio de transportes de aplicativos ou carros alugados. “Estávamos juntando para comprar o carro à vista, mas veio a pandemia e ficou mais complicado. Minha mãe tem 81 anos e meus filhos 3 e 6 anos. Para evitar mais riscos para todos, decidimos antecipar a aquisição”, relata.
Ela conta que conseguiu boas condições de financiamento no período. “Uma coisa que contribuiu foi termos feito o pagamento de metade do valor à vista. As parcelas ficaram razoáveis e pretendemos ir pagando algumas as primeiras e últimas”, calcula. O carro escolhido foi o Onix.
Decisão de compra
A dona de casa Francineide Andrade da Costa, 39, decidiu comprar um automóvel em setembro. Antes, a locomoção da família ocorria por meio de transportes de aplicativos ou carros alugados. "Estávamos juntando para comprar o carro à vista, mas veio a pandemia e ficou mais complicado. Minha mãe tem 81 anos e meus filhos 3 e 6 anos. Para evitar mais riscos para todos, decidimos antecipar a aquisição", relata.
Ela conta que conseguiu boas condições de financiamento no período. "Uma coisa que contribuiu foi termos feito o pagamento de metade do valor à vista. As parcelas ficaram razoáveis e pretendemos ir pagando algumas as primeiras e últimas", calcula. O carro escolhido foi o Onix.