Não é apenas o Ceará que está sentindo a escassez de produtos de tubos e conexões plásticas no mercado. Além do aumento da procura por materiais de construção, há um componente global que tem atingido a indústria de plásticos no Brasil: a falta de matéria-prima.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) há dificuldade de encontrar tanto polipropileno (PP) polietileno (PE), como o PVC no mercado doméstico e internacional. China e Estados Unidos contribuem bastante com a produção de insumos para a cadeia do plástico brasileiro. Sendo o país norte-americano o maior produtor e exportador líquido de polietilenos.
Mas, alguns fatores têm interferido nessas negociações como, por exemplo, recentemente, em julho, a China importou 180 mil toneladas da resina, o triplo do volume histórico, como resultado dos estímulos à construção de novas residências, reduzindo a oferta de PVC no mercado internacional.
A Abiplast afirma que esse cenário global de oferta mais restrita de resinas, impacta diretamente nos preços desses materiais. "Em meio a um processo de retomada de economia, estamos hoje vivenciando um acentuado desequilíbrio de oferta de matérias-primas plásticas no mundo, por causa da pandemia. Assim, os preços dos insumos têm oscilado de forma muito brusca. Por consequência, muitas empresas transformadoras não estão conseguindo ter matérias-primas suficientes para atender toda a demanda", afirmou por meio de nota.
Já o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) informou que o fornecimento do produto continua regular. De acordo com último boletim setorial, no acumulado do ano (janeiro a agosto), as vendas de cimento no País alcançaram 38,6 milhões de toneladas. Alta de 7,5% comparado a igual período do ano passado.
Porém, o relatório destaca que, "apesar dos números positivos, o setor ainda sofre as consequências da forte crise entre 2015 e 2018, que provocou a perda de quase 30% da demanda, o fechamento de 20 fábricas e dezenas de fornos, provocando uma capacidade ociosa acima dos 45% e que ainda está longe de ser recuperada".
O SNIC também diz que o setor vem sofrendo desde 2015 forte pressão de custos de energia elétrica, energia térmica, frete e outros insumos do processo produtivo do cimento, além de um enorme custo de capital investido.