O brasileiro nunca tomou tanto vinho como em 2020. De janeiro a setembro, o consumo per capita foi, em média, de 2,68 litros. Um salto de 26% em relação ao mesmo período de 2019, de 2,13 litros por pessoa, e um recorde na série histórica, de acordo com estudo da Ideal Consulting. No último trimestre, o setor registrou alta de 71% nas vendas. Mas, assim como a cerveja, a indústria também está sentindo dificuldade de garantir a produção que faça frente a esse aumento de demanda.
Vinhos como o francês Rosé Piscine ou da linha San Chileno já não são tão fáceis de encontrar no Brasil como antes da pandemia. "No caso desse mercado, o vinho em si nem é o problema, o gargalo maior está no fornecimento de garrafas que vem em grande parte da Argentina e aumentou a demanda no mundo inteiro. Mas muitos fabricantes estão com dificuldades de conseguir até caixa de papelão", afirmou a gerente da distribuidora de bebidas D'Origem, Jardênia Siqueira.
Ainda assim, ela diz que o setor está otimista em relação às vendas de fim de ano. Em regra, estes dois últimos meses costumam concentrar 40% do faturamento anual. Em função dos novos hábitos adquiridos na pandemia, como o crescimento do consumo de vinhos em casa, ela acredita que, mesmo que não sejam autorizadas grandes festas, o percentual vá subir para 50%.
Ela avalia que os distribuidores e importadores que fizeram compras antecipadas poderão usufruir melhor deste momento. "Nos preparamos bem para esses produtos da curva A, embora alguns itens cheguem só no fim de novembro".