Na votação do projeto no Senado, dentre as emendas acatadas, está a sugestão do senador Eduardo Braga (MDB -AM) de atribuir ao Banco Central também a prerrogativa de adotar medidas para geração de empregos.
"Só vale a pena dar autonomia ao Banco Central se for para controlar a inflação gerando emprego e renda. Mantendo, portanto, o crescimento econômico. Caso o contrário, vamos ter um Banco Central independente, autônomo, que vai se preocupar apenas se a taxa de inflação é 0, se é 1, se é 2, se é 3 ou 10, mas não vai estar preocupado com os 14 milhões de desempregados, nem preocupado com a recessão econômica e isso não me parece correto", justificou.
Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, essa mudança não desvirtua a função principal do BC, que continuará sendo manter a estabilidade da moeda, com políticas de controle da inflação. Ele reforça que, durante a pandemia, a instituição apresentou uma série de medidas para evitar o "empoçamento" do crédito para as empresas.
"Medidas que tiveram como efeito paralelo uma tentativa de atenuar os impactos da pandemia sobre o emprego. Portanto, não acredito que isso mude a atual atribuição do Banco Central, e apenas reforça a importância e a responsabilidade da instituição se pautar por decisões técnicas".