A Aeris Energy é a sétima empresa com sede no Ceará a ser listada na B3. Além dela, estão outras como Pague Menos, Hapvida e M. Dias Branco. Na avaliação de analistas, captar recursos no mercado de capitais tende a ser uma prática mais recorrente.

"Cada vez mais o mercado de capitais se consolida como um importante canal para o desenvolvimento econômico das empresas no Ceará, porque possibilita novas formas de financiamento sem aumentar o endividamento", explica o presidente da Associação dos Profissionais e Investidores do Mercado de Capitais (Apimec), regional Nordeste, Célio Fernando.

Ele reforça que tem crescido também o movimento de fusões e aquisições no Brasil. Neste ano, por exemplo, o fundo EB Capital assumiu o controle acionário da cearense Mob Telecom e a gigante indiana Wipro adquiriu a empresa de tecnologia Ivia. Os fundos de private equity, investimento privado em ações de empresas de capital fechado também estão em alta em função da baixa rentabilidade oferecida por outros tipos de aplicação.

Mas entrar nesta seara exige alto nível de governança dentro das empresas. Neste sentido, papéis como os da Aeris têm despertado muita atenção dos investidores, avalia o economista Sérgio Melo, da SM Consultoria.

"O setor de energias renováveis é um mercado que chama atenção por várias razões. Seja porque o custo de produção de energia limpa está ficando cada vez menor e, consequentemente, mais competitivo, seja porque o Brasil ainda é muito carente de energia elétrica, ou seja, é um mercado que tem muito a crescer e a demanda é, sobretudo, por energia limpa", avalia.

Além disso, há um apelo maior no mundo pelos chamados investimentos Environmental, Social and Governance (ESG) que, em português, significa Ambiental, Social e Governança (ASG). Ou seja, apostar em empresas que incorporam em seus valores práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. "Empresas como a Aeris têm grande potencial de retorno", complementa.