Os indicadores de atividade econômica demonstrados no Boletim Regional divulgado ontem pelo Banco Central mostram que a velocidade de retomada da economia tem se dado de maneira muito desigual entre os setores e as regiões. No documento, a instituição também alerta para o aumento da incerteza em relação à recuperação da economia brasileira em 2021.
"Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a retomada da atividade. Nesse sentido, em termos regionais, essa incerteza sobre o ritmo de recuperação econômica é ainda maior para as economias mais impactadas pelos benefícios emergenciais", afirma o Banco Central.
De acordo com o relatório, os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma reação mais rápida de alguns segmentos, inclusive o de bens duráveis, em relação ao que era inicialmente esperado. Porém, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas.
O ritmo de retomada também se dá de maneira bem diferente entre as regiões. Enquanto o Norte já registra alta de 6,7% no trimestre terminado em agosto, no comparativo com o trimestre anterior, o Centro-Oeste é o que apresenta maior dificuldade de recuperação (0,5%).
A atividade econômica do Nordeste cresceu 2,8% no trimestre. Mas esse é o menor nível em relação ao período pré-pandemia. "Esse resultado repercute os desempenhos regionais mais fracos nos serviços e na indústria, além de piores indicadores no mercado de trabalho. Apenas o comércio ampliado, favorecido pelo auxílio emergencial, registra crescimento acima da média nacional na comparação com o primeiro bimestre do ano", informa.
As regiões Sul e Sudeste apresentaram, respectivamente, índices de atividade econômica (IBC-R) de 5,1% e 4,3%.