Logo O POVO+
Número de investidores cearenses na Bolsa cresceu 200% em um ano
Economia

Número de investidores cearenses na Bolsa cresceu 200% em um ano

| APLICAÇÕES | Em setembro de 2019, quantidade de CPFs do Ceará na B3 era de 20,3 mil. Ao fim de outubro, chegou a 60,9 mil
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
IMG-20201115-WA0675 (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta IMG-20201115-WA0675

No período de pouco mais de um ano, a quantidade de cearenses com aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) disparou 200%. Os investidores pessoa física aumentaram de 20,3 mil em setembro de 2019 para 60,9 mil ao fim de outubro passado. Mesmo em período de crise, em que a Bolsa acumulou perdas nos piores momentos de incerteza, a crescente é constante e a análise é de que deve continuar.

 O presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE) e vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-Nordeste), Ricardo Coimbra, diz que o momento econômico do País propiciou esse crescimento, uma vez que a taxa de juros está no menor patamar da história, e tornou tanto as aplicações de renda fixa como a poupança praticamente sem rentabilidade num cenário de Selic a 2% e inflação estável e baixa.

Ricardo destaca que o número de investidores vem aumentando de forma significativa. "Eles buscam uma remuneração diferenciada". Lembra ainda que esse crescimento já aconteceu em outros países no passado, de forma a criar uma cultura de investimento. "Não necessariamente grandes volumes, mas já chegando a pequenos investidores e lentamente buscando e compreendendo o mercado de renda variável. É uma tendência que os pequenos poupadores, que têm capacidade de investir, iniciem a acumulação de recursos".

O head da Mesa de Renda Variável da M7 Investimentos, Thomaz Bianchi, explica que essa alta de investidores pessoa física na Bolsa também se deve à popularização das informações sobre o mercado financeiro, inclusive no meio digital, além das taxas mais competitivas. Thomaz ainda ressalta que os maiores investimentos em renda variável também fez crescer o aporte em fundos.

"Investir na renda variável hoje é crucial para ter algum retorno. As pessoas estão saindo do conforto da renda fixa por causa de juros reais negativos ou muito próximos disso", analisa.

Thomaz ainda ressalta que o processo de evolução do investidor médio deve acontecer com o passar do tempo. Em mercados maduros, como os Estados Unidos, a composição média dos investidores pessoa física em renda variável era de 60% da carteira. Mas, para nossa realidade, o assessor de investimentos alerta: é preciso parcimônia no investimento de renda variável.

"O ideal é que o investidor conte com a ajuda de profissional de confiança. Caso não, existe a máxima de que se a promessa for muito absurda, desconfie. O mais importante é saber que na renda variável, o mercado é volátil, que requer paciência e consistência, com cuidado e sem euforia, pois é um investimento de longo prazo", indica.

O que você achou desse conteúdo?