O registro de novos casos da Covid-19 continua crescendo na Capital. Na quinzena correspondente às semanas epidemiológicas (SE) 44/45 — período de 25/10 a 07/11 —, o incremento foi de 24,7%, comparado com a quinzena anterior (SE 42/43). Em relação aos óbitos, houve redução de 38,1% no mesmo período. Esses dados foram apresentados no 52º boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) nesta sexta-feira, 20.
O Estado conta com cinco regiões de saúde — Fortaleza, Norte, Cariri, Litoral Leste/Jaguaribe e Sertão Central — e 22 Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS). Da Região de Saúde Fortaleza, por exemplo, fazem parte as ADS Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Baturité, Itapipoca e Cascavel. Cada ADS, por sua vez, abrange determinados municípios. Fazem parte da ADS Fortaleza, além da Capital, Aquiraz, Eusébio e Itaitinga.
Ao mesmo tempo em que destaca uma redução geral no incremento de novos casos nas regiões de saúde nas SE 44 e 45, o boletim epidemiológico aponta aumento em oito áreas descentralizadas do Estado: Fortaleza (19,2%), Caucaia (1,1%), Maracanaú (29,5%), Itapipoca (3,2%), Aracati (25,5%), Russas (22,6%), Acaraú (59,0%) e Camocim (19,4%). As ADS de Russas, Sobral, Tianguá, Crateús e Brejo Santo tiveram aumento de óbitos no mesmo período.
Acesse a cobertura completa do Coronavírus >
A secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, destaca que as regiões onde houve o incremento de novos casos têm em comum a intensa movimentação de pessoas. "Quando a gente avalia especificamente algumas áreas descentralizadas de saúde, elas mostraram incremento. Essas áreas descentralizadas (são) de Fortaleza e as regiões próximas. E outras áreas descentralizadas onde há a circulação muito grande de pessoas, principalmente na área litorânea, como Camocim e Aracati", afirmou.
Magda Almeida apontou, ainda, o aumento da ocupação dos leitos, principalmente nos hospitais privados, e da positividade dos testes para Covid-19. Em vídeo enviado à imprensa, a secretária-executiva reforçou a necessidade de a população manter o distanciamento social, o uso de máscara e a etiqueta respiratória.
Ontem, o Ceará ultrapassou os 290 mil casos de Covid-19. Ao todo, são 290.484 casos confirmados e 9.487 mortes causadas pela doença, segundo informações do IntegraSus, plataforma da Sesa, atualizado às 19h15min. A letalidade, índice que expressa o número de óbitos a cada 100 casos confirmados da doença, é de 3,26% no Estado. Já a taxa de positividade, percentual de testes com resultado positivo em relação ao total de exames relacionados, é de 15,36%.
Infectados criam imunidade por ao menos 6 meses
Um estudo publicado nesta sexta-feira, 20, pela Universidade de Oxford diz que as pessoas infectadas com o coronavírus têm poucas chances de voltar a contrair a doença em uma janela de pelo menos seis meses.
Realizada em colaboração com os Hospitais Universitários de Oxford, esta pesquisa em grande escala sobre imunidade ante um novo contágio de Covid-19 ainda não foi revisada de forma independente.
Seus resultados confirmam uma observação feita por muitos profissionais de saúde de que, embora 51 milhões de pessoas já tenham sido infectadas com o coronavírus em todo mundo, os casos de reinfecção continuam sendo relativamente poucos.
São "notícias muito boas", afirmou o professor David Eyre, um dos autores da pesquisa.
"Podemos ficar seguros que, pelo menos no curto prazo, a maioria das pessoas que contraem a Covid-19 não voltará a contraí-la", completou.
O estudo se baseou em testes de coronavírus realizados regularmente em 12.180 profissionais de saúde dos hospitais universitários de Oxford durante um período de 30 semanas.
Nenhum dos 1.246 funcionários com anticorpos desenvolveu uma infecção sintomática, e apenas três, sem sintomas, apresentaram teste positivo para o vírus pela segunda vez.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou a descoberta, afirmando que amplia sua compreensão sobre a imunidade contra o coronavírus.
"Elogiamos os pesquisadores por fazerem esses estudos", disse Michael Ryan, responsável da organização, aos jornalistas em Genebra. E considerou que esta descoberta gera "esperanças de que haja períodos maiores de proteção" quando houver uma vacina.
Estes resultados contradizem, porém, outro estudo britânico, publicado em outubro pela Imperial College London e pelo Ipsos Mori institute, segundo o qual a imunidade adquirida pelas pessoas recuperadas do coronavírus diminui "muito rapidamente", em particular nos pacientes assintomáticos, e pode durar apenas alguns meses.
E o que acontece depois de seis meses? Os pesquisadores de Oxford disseram que ainda não reuniram dados suficientes para fazer um julgamento a respeito.
Seu estudo tem como objetivo, no entanto, verificar quanto tempo a imunidade dura ao todo. (AFP)