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Tit manchete 6 colunas farol 3 nhas is uma linha no imo mais
Economia

Tit manchete 6 colunas farol 3 nhas is uma linha no imo mais

| Impacto no bolso | O aumento de 8,14%, que será parcelado em 12 vezes nas mensalidades de 2021, preocupa os beneficiários, ainda prejudicados pelo fato de que o próximo reajuste já será realizado até a metade do próximo ano
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Foto: Luciana info

Em meio à crise do novo coronavírus, os planos de saúde no Ceará perderam 19,3 mil clientes. Essa redução representa apenas 1,54% menos do que a quantidade de beneficiários que havia em janeiro. Em setembro, total de 1,237 milhão de usuários, a menor marca do ano. No entanto, a determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS) de diluir o reajuste de 8,14% nos preços de 2020 em 12 parcelas a serem cobradas nos meses de 2021 já preocupa os consumidores e as perdas dos planos podem se agravar.

A pensionista Socorro Barreto, 54, precisou cancelar o plano de saúde, que a beneficiava junto do filho. Ela diz que o valor superior a R$ 700, na época, estava acima da capacidade do seu orçamento, fortemente impactado pela pandemia. Socorro relata que tem interesse em retomar o serviço, mas ficou assustada com a notícia do repasse do reajuste de 2020.

"Assusta porque quem pagava R$ 700 terá de arcar um valor maior para retornar. E ainda teremos que bancar a mudança de idade. Confesso que vale a pena pagar para ter a segurança de onde ir quando precisar, mas pesa muito no orçamento", afirma.

Essa decisão da ANS vem após a suspensão da cobrança neste ano, por causa dos efeitos da pandemia na economia nacional, que prejudicou a capacidade de pagamento dos consumidores. O reajuste das tarifas acontece nos meses de abril e em 2021 não será diferente. Ou seja, os consumidores, na prática, vão arcar com duas altas no mesmo período.

Estão sujeitos à aplicação desse percentual aproximadamente 8 milhões de usuários (cerca de 17% do total de beneficiários em planos de assistência médica). O índice é o máximo que pode ser aplicado pelas operadoras: elas podem definir percentuais mais baixos, mas são impedidas de praticar percentuais mais altos.

As operadoras devem esclarecer os valores cobrados nos boletos que serão enviados a partir de janeiro de 2021. Segundo a ANS, para chegar ao percentual, foi usada a metodologia de cálculo que combina a variação das despesas assistenciais com o item Plano de Saúde do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme determina a Resolução Normativa nº 441/2018.

Esse modelo baseia-se diretamente no segmento de planos individuais e tem um componente que estabelece um fator de eficiência para as operadoras evitando um repasse automático dos custos. Os dados utilizados são públicos.

"É importante esclarecer que o percentual de reajuste autorizado para o período de maio de 2020 a abril de 2021 observou a variação de despesas assistenciais entre 2018 e 2019, período anterior à pandemia e que, portanto, não apresentou redução de utilização de serviços de saúde. Os efeitos da redução serão percebidos no reajuste referente a 2021", diz o comunicado da ANS.

Para o economista Gilberto Barbosa, o investimento em planos de saúde, por ser considerado essencial para os que pagam, as perdas de beneficiários para as operadores devem ser pequenos, assim como aconteceu durante este ano. O impacto maior vai ser para o cliente, que vê o preço inflacionar e isso deve fazer com que haja mudanças no perfil de consumo.

"Devemos ter algum impacto sobre a demanda, mesmo que marginal. Mas vamos observar mudanças menores, como a troca de planos mais refinados por outros mais básicos, modificando seu perfil de consumo", observa.

Ao O POVO, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) informou que aguarda a publicação da norma oficial que definirá a recomposição dos reajustes dos planos de saúde suspensos entre os meses de setembro e dezembro de 2020, para entender sua abrangência.

Afirmou ainda que, quando houve a suspensão dos reajustes, a própria ANS revisitou as suas orientações algumas vezes, "por esse motivo a cautela".

"Esta questão tem que ser avaliada entre as operadoras, pois envolvem lançamentos contábeis e impostos a serem pagos - mesmo que os reajustes não tenham sido ainda efetivamente aplicados", diz a representante do setor.

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