O Banco do Nordeste (BNB) apresentou ao mercado o investimento de R$ 142 milhões do Fundo Anjo, de investimentos em participação (FIP) voltados a startups, micros e pequenas empresas de perfil inovador com potencial de crescimento. O fundo é estruturado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e gerido pela Domo Invest.
Em live realizada ontem, a gerente do Hub de Inovação do Banco do Nordeste (Hubine), Lina Salles, e o gerente de Mercado de Capitais do BNB, Danilo Araújo, explicaram que a participação do BNB no fundo está condicionada à busca de negócios inovadores na área de atuação do banco, no Nordeste e norte de Espírito Santo e Minas Gerais. O FIP Anjo está em operação desde agosto de 2019 e a projeção é que, em cinco anos, possa apoiar até 150 empresas inovadoras de base tecnológica.
Danilo diz que o BNB já tem um posicionamento de investidor neste tipo de iniciativa, com histórico de investimentos desde o início dos anos 2000. "Esse é um perfil de empresas que o banco gosta muito. Buscar FIPs que tenham em seu portfólio empresas que busquem encontrar soluções inovadoras para empresas e pessoas".
Afirma ainda que o fundo atuará apenas em projetos que já tenham plano de negócio bem definido e que buscam investidores para conseguir escalabilidade no empreendimento.
Junto ao aporte principal do fundo, outros investidores do setor privado vão chegar com 50% do recurso, sendo chamado de investidor anjo. "Entendo que a ideia de participação do anjo é interessante e entendemos que esses fundos têm grande potencial de crescimento, com os investidores privados com tendência a buscar mais esse mercado", observa.
Lina destacou que a live era uma oportunidade para que empresas da Região, que tenham iniciativas dentro do perfil exigido, busquem mais informações para conseguirem investimento.
Ela ressalta que, em 68 anos de fundação do banco, adaptações precisaram ser feitas até chegar à atual visão focada na inovação, adaptando produtos para às necessidades do cliente. Cita como exemplo a adequação do fundo constitucional com projetos como FNE Inovação, FNE Sol, FNE Infraestrutura e, mais recentemente, o FNE Startup.
"Não se faz agricultura e pecuária como se fazia há anos atrás, mas de forma inovadora com amplo uso de tecnologias", completa.
Franco Pontillo, sócio-gestor da Domo Invest, também participou da apresentação e disse que o fundo, além de contar com aportes de BNDES e BNB, contará com a participação de empresas que vão cofinanciar os projetos, os chamados anjos. O objetivo do investidor anjo é que ele ajude as startups a mudarem de patamar, com um processo incluindo mentoria.
Para startups interessadas em se candidatar ao processo, é preciso entrar no site da Domo Invest e realizar um cadastro, preenchendo um formulário. O principal critério é que já tenham um produto ou solução desenvolvida e faturamento anual de até R$ 1 milhão. Os setores destacados são de economia criativa, agritech, healthtech, biotech, tecnologia de informação, fintechs, cidades inteligentes e mobilidade urbana. As operações iniciais podem variar de R$ 100 mil a R$ 2 milhões.
"Estamos saindo de uma pandemia e ela vai passar. As crises são períodos de oportunidades e sempre existe dinheiro para investimentos em bons projetos", destaca Franco.