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Porto do Pecém ganha nova linha de cabotagem
Economia

Porto do Pecém ganha nova linha de cabotagem

Foco será a movimentação de carga geral entre o Ceará e o Espírito Santo, uma demanda histórica do porto e que terá impacto determinante na indústria de beneficiamento de granito
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NAVIO da Norsul em operação no Porto do Pecém (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação NAVIO da Norsul em operação no Porto do Pecém

A sétima linha de cabotagem do Porto do Pecém começou a ser operada pela empresa brasileira Norsul. Faz movimentação de carga geral (fora de contêineres) em serviço regular de embarque mensal para o Porto de Praia Mole, no Espírito Santo. A companhia de navegação assinou com o Complexo do Pecém (Cipp S/A).

A Norsul já fazia a logística em cargas específicas, desde 2018. A novidade é que agora será fixa. Começou a embarcar na terça-feira e conclui nesta quinta-feira a primeira frequência. Já existe um fluxo constante de cargas para alguns estados. A captação de uma linha de carga geral é o mais relevante para o porto. Há anos o Pecém vinha tentando fechar uma operação do tipo. Buscou para pás eólicas, mas o preço não fechava.

Não está fácil conseguir navio de cabotagem para carga geral. São poucas as empresas especializadas em navegação entre portos do País. A Norsul possui o Vitoria Bay, navio de projeto multipropósito e de bandeira brasileira, dedicado a cargas eólicas e geral. A embarcação é considerada apropriada para a demanda. Sem essa linha, produtos como o granito do Ceará, embarcado no estado para ser beneficiado no Espírito Santo, seguiria apenas de carreta. O Estado envia 6.000 toneladas da mercadoria, por mês, para lá.

O presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar, afirma que o volume de blocos para o Espírito Santo tem crescido e a cabotagem é uma opção urgente. "A questão a ser superada é a frequência e os custos do ponto a ponto. Qual seja, além do frete da cabotagem, tem dois fretes rodoviários, um daqui até o porto e outro no Espírito Santo até as fábricas", explica.

Para ele, o modal rodoviário segue a ser utilizado, mas, ao consolidar o volume, a tendência é opção pelos navios. "Havendo a regularidade da linha, uma parte da produção seguirá em urgências, para chegar de três a quatro dias, mas em condições programadas, manda pelo porto". Ele exorta o mercado a praticar preços na cabotagem bem abaixo da média do frete rodoviário. "Sabemos que pode ser 30% a 40% mais barato, de cara".

Rubens destaca a maior segurança no transporte por navio. A carga de granito é perigosa. "Tem amarração difícil. Ocupa pouco espaço, mas é muito pesada. Uma carreta leva dois blocos de 50 toneladas". Acidentes costumam ser graves.

"A Norsul amplia seu leque de soluções logísticas com esta nova parceria com o Pecém e potencializa novos serviços para diferentes tipos de cargas e também atende segmentos industriais como a siderurgia, energia eólica e o agronegócio", disse, em nota, Angelo Baroncini, diretor-presidente da Norsul. 

"Estamos estimulando outros segmentos da indústria, tais como setor eólico, construção civil e granitos para se beneficiarem também da cabotagem", disse, também em nota, Danilo Serpa, diretor-presidente do Complexo do Pecém.

 

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