Fortaleza é a cidade do Nordeste que mais produz riquezas. De acordo com dados de 2018, superou Salvador-BA e se consolidou com o melhor resultado na Região, com R$ 67.024.088 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB). Dentre as unidades federativas brasileiras, a capital cearense aparece em nono, com participação de 0,96% na economia nacional. Os dados são de levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ontem.
Somente entre 2017 e 2018, o PIB fortalezense cresceu 8,8%, de R$ 61,592 bilhões, para os R$ 67,024 bilhões. Já a capital baiana teve resultado bem mais tímido, saindo de R$ 62,823 bilhões, para R$ 63,526 bilhões, alta de apenas 1,1% no período. Mais atrás, Recife fechou 2018 produzindo R$ 52,4 bilhões em riquezas.
Desde o início da série histórica, o crescimento de Fortaleza se mostra constante. Isso fez com que a Cidade saltasse de terceiro maior PIB do Nordeste, em 2002, superando Recife em 2003, e, a partir de 2014, aproximando-se de Salvador, até ultrapassar em 2018.
Sobre o dado, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, comemorou dizendo que os números divulgados são resultado do trabalho e do suor de cada fortalezense, da coragem empreendedora do empresariado e do conjunto de estímulos, incentivos e investimentos públicos diretos realizados na economia. O gestor municipal ainda diz que a Cidade se consolida no cenário nacional e até continental pelo recente crescimento socioeconômico.
"As ações de desburocratização, o conjunto de iniciativas do Fortaleza Competitiva e, principalmente, o volume de investimentos públicos da Prefeitura e do Governo ao longo desses anos foram fundamentais para esse indicador histórico", afirma.
Além de Fortaleza, outras cidades do Estado ganharam destaque. No cenário regional, Maracanaú se tornou o 14º maior PIB e Caucaia o 29º. Puxado pelo desenvolvimento do complexo do Pecém, São Gonçalo do Amarante ficou entre os 100 maiores municípios em PIB per capita do País, com R$ 87.086 mil, quase o dobro da segunda maior no Ceará, Eusébio (R$ 46.830 mil).
O economista Wilton Daher, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), analisa que os resultados positivos de Fortaleza e de outras cidades do Ceará estão muito relacionados a uma série de governos desenvolvimentistas que, mesmo representando diferentes visões políticas, criaram políticas de Estado que possibilitaram um desenvolvimento de longo prazo.
Para o economista Alex Araújo, a colocação fortalezense é baseada na boa adaptação do município à natural desindustrialização, já que as empresas saíram das capitais e foram para a Região Metropolitana. "Colocamo-nos num patamar superior ao que tinha Salvador, numa posição que é muito mais sustentável para o futuro. Essa posição de liderança deve ser mantida nos próximos anos", observa.
Hoje, o Governo do Estado divulga o PIB do Ceará no 3º trimestre de 2020. Adiantou que, dos três setores que compõem as riquezas cearenses, indústria apresentou forte crescimento em relação ao trimestre anterior, seguida de serviços e agropecuária. Na ocasião, também será divulgada a previsão para 2020 e 2021.
Produto Interno Bruto a preços correntes (1.000 R$)
São Paulo (SP) - 714.683.362
Rio de Janeiro (RJ) - 364.052.058
Brasília (DF) - 254.817.205
Belo Horizonte (MG) - 91.957.092
Curitiba (PR) - 87.151.950
Manaus (AM) - 78.192.321
Porto Alegre (RS) - 77.134.613
Osasco (SP) - 76.609.046
Fortaleza (CE) - 67.024.088
Salvador (BA) - 63.526.092