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Economia do Ceará cresce duas vezes mais que a do Brasil
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Economia do Ceará cresce duas vezes mais que a do Brasil

Após o tombo da crise pandêmica, o Produto Interno Bruto (PIB) cearense cresceu 16,7%, enquanto o do País foi de 7,7% em igual período
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NO CEARÁ, o setor da indústria foi o que mais alavancou o PIB, seguido por serviços (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE NO CEARÁ, o setor da indústria foi o que mais alavancou o PIB, seguido por serviços

O Produto Interno Bruto (PIB) cearense, a soma de todos os bens e serviços produzidos, cresceu 16,7% no terceiro trimestre ante o segundo deste ano. O resultado, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), mostra que o Estado tem encarado a crise do novo coronavírus com mais resiliência que o País, cuja alta ficou em 7,7% em igual período.

O número positivo foi puxado, sobretudo, pelo retorno da indústria. Seguido do comércio, setor no qual o auxílio emergencial foi crucial para a recuperação. Mas, como esperado, os danos da pandemia são observados na comparação dos primeiros três meses de 2020 com igual recorte temporal de 2019, com recuo de 1,32%.

Já nos acumulados deste ano e quatro últimos trimestres, as quedas foram de 5,8% e 2,65%, respectivamente. Percentuais mais uma vez abaixo da média nacional (-3,9%, -5% e -3,4%, nesta ordem). Dos três segmentos que compõem o cálculo para o PIB, a indústria (41,51%) teve o melhor desempenho no terceiro trimestre, superando novamente o índice nacional, de 14,8%.

O setor de serviços também cresceu (12,49%) no período analisado (no País foi de 6,3%) em relação ao trimestre imediatamente anterior (-12,03%). A agropecuária do Ceará, porém, fechou em declínio de 2%, após subir no último segundo trimestre (10,38%).

O analista do Ipece, Witalo Paiva, enfatiza que essas taxas reafirmam o processo de retomada. "O Ceará conseguiu se recuperar bem depois do tombo. Conseguimos uma grande acelerada. Resultado de uma reabertura bem feita e planejada e transferência de renda do auxílio emergencial. Uma combinação que deu toda a força".

Witalo destacou que as quedas ficaram próximas dos patamares alcançados em 2019. "Ainda vivemos uma pandemia. A economia não está em sua plenitude, mas, mesmo em condições excepcionais, aproximamo-nos do período no qual havia uma normalidade".

O diretor do Ipece, João Mário de França, acredita que o resultado está relacionado ao plano de retorno das atividades econômicas, iniciado em junho, "construído com todo o rigor técnico" e determinando o retorno dos setores, olhando tanto aspectos econômicos como sanitários. "Diferentemente de outros estados, todas as fases foram avançando sem nenhum retrocesso".

A previsão do Ipece é que o ano feche com queda de 4,18%. No entanto, projeta-se um crescimento de 3,7% para 2021. Dentre os principais motivos, diz Mário, a boa situação fiscal do Estado.

"Mesmo na pandemia, o Ceará manteve suas finanças controladas e capacidade de realizar investimentos públicos em áreas estratégicas como saúde, educação, infraestrutura e logística, que permitirão uma aceleração maior ainda da economia em 2021 e geração de emprego e renda para os cearenses", lista. Todavia, o fim do auxílio emergencial e indecisões sobre uma renda mínima poderão conter o avanço.

"Certamente, isso é uma incerteza presente nas projeções para 2021, já que o benefício teve um papel muito importante de sustentar a demanda, além de garantir renda para esse público durante a pandemia", avaliou.

 

Inflação

O Banco Central (BC) espera uma retração menor da economia brasileira neste ano e inflação mais elevada em relação à expectativa anterior. Em 2021, a inflação será menor e a economia voltará a crescer, segundo projeções divulgadas ontem no Relatório de Inflação.

 

Comércio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela CNC, mostrou queda de 0,5% em dezembro, alcançando 108,5 pontos. É a primeira redução desde junho, quando o índice havia atingido a mínima histórica de 66,7 pontos.

 

Construção

A construção civil deverá ter, em 2021, o maior crescimento para o setor em oito anos. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o PIB do segmento deve avançar 4% no próximo ano, após de recuar 2,8% em 2020

 

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