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Expansão do setor dependerá da retomada do consumo
Economia

Expansão do setor dependerá da retomada do consumo

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Atualmente, as usinas em operação no Ceará têm capacidade instalada de 4,7 MW de energia. Quase metade disso, 2.094 MW, vem dos parques eólicos. Mas, se somada aos projetos em construção ou que já estão com despacho de registro de outorga aprovados, o Estado deve atingir nos próximos anos uma potência de 14,2 mil MW. A expansão do setor para além disso, no entanto, dependerá principalmente da retomada da economia.

"Neste ano, com a pandemia, não aconteceram os leilões, mas vários parques eólicos foram construídos no Estado a partir da migração do consumo para o mercado livre. Para 2021, porém, uma expansão vai depender muito da retomada da economia pós-Covid porque somente haverá aumento de demanda se tiver aumento da atividade econômica", afirma o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e consultor da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Jurandir Picanço.

No início deste mês, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou duas portarias que estabelecem os cronogramas de leilões para contratação de energia elétrica ao longo do triênio 2021 - 2023, pelos agentes de distribuição do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Para o ano que vem já se tem confirmados os leilões "A-3" e "A-4" em junho, com empreendimentos que devem ser concluídos em três e quatro anos, respectivamente, e foco na contratação de novas usinas hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa.

Já em setembro serão realizados mais dois certames, envolvendo essas fontes, mas também termelétricas a gás, carvão e projetos de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos. Neste caso, seriam leilões A-5 e A-6, com prazo para início de operação dos projetos de cinco e seis anos. "Agora quanto de energia será demandada ainda não sabemos porque isso vai depender da reação da economia", acrescenta.

Ele pondera ainda que embora no Plano Decenal de Energia 2030 esteja previsto que o maior crescimento dentro da matriz energética brasileira será por fontes de energia eólicas e fotovoltaicas, há uma pressão dentro do Governo para que haja uma maior contratação de térmicas.

"Há uma pressão grande para viabilizar o mercado do gás, mas a demanda de energia é uma só. Se houver aumento de uma, a outra cai. Pelos estudos, não seria necessário contratar nenhuma térmica até 2026, até porque é uma energia mais cara e poluente, mas vamos ver o que irá acontecer", avalia.

 

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