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Capacidade de aporte da União ainda é incerta
Economia

Capacidade de aporte da União ainda é incerta

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No orçamento da União, a previsão de gastos com investimentos no País para 2021 é de R$ 28,6 bilhões. Porém, a lei orçamentária, que tramita no Congresso desde agosto, somente deve ser votada no ano que vem. Além disso, o déficit primário das contas públicas, que deve ficar na ordem de R$ 831,8 bilhões neste ano, traz maior grau de incerteza em relação à capacidade de fazer investimentos e o ritmo de aplicação deles. 

"Diferentemente do Ceará e de Fortaleza, o Brasil enfrenta grave crise fiscal. O grande problema é o enorme endividamento do Governo Federal, sobretudo, para enfrentar esse difícil ano de 2020, que reduziu drasticamente a capacidade de fazer investimentos nos próximos anos", acredita o economista Sérgio Melo.

Ele frisa que, diante do atual cenário das contas públicas, a solução passaria pela aceleração dos projetos de privatizações para gerar mais dinheiro em caixa e reduzir o custeio da máquina pública. Ou da utilização de parte das reservas cambiais que o Brasil possui e que é próxima de US$ 350 bilhões. "Parte dessa reserva poderia ser aplicada em investimentos via transferência de recursos do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para atrair investidores nacionais e internacionais para grandes projetos de infraestrutura".

Luís Eduardo Barros, vice-presidente do Ibef-CE, também é cético em relação à capacidade da União de fazer grandes aportes em investimentos em 2021. Para ele, a aprovação de reformas estruturantes poderiam dar fôlego às contas públicas. "E acelerar também os investimentos privados porque melhora o ambiente de negócios no País. Mas essas são coisas que dependem fundamentalmente da política e da boa relação do Executivo com o Congresso, o que está difícil de acontecer".

 

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