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BNB quer disponibilizar R$ 9 bilhões em recursos para o Ceará neste ano
Economia

BNB quer disponibilizar R$ 9 bilhões em recursos para o Ceará neste ano

O número representa crescimento de 7% em relação ao total aplicado no Estado em 2020, R$ 8,4 bilhões
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No âmbito do Pronaf, o volume contratado ano passado no CE atingiu R$ 433,8 milhões (Foto: Alex Gomes em 04/04/2019)
Foto: Alex Gomes em 04/04/2019 No âmbito do Pronaf, o volume contratado ano passado no CE atingiu R$ 433,8 milhões

O Banco do Nordeste (BNB) espera investir R$ 9 bilhões em recursos no Ceará neste ano, sendo R$ 4,3 bilhões por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e R$ 4,7 bilhões ligados a outras linhas de crédito. O número representa crescimento de 7% em relação ao total de R$ 8,4 bilhões aplicados no Estado em 2020, maior volume da área de atuação da instituição.

"O crescimento é certo, mas podemos avançar ainda mais, de 10% a 14%. Se nós conseguimos crescer no ano passado, com um cenário bastante obscuro e de muitas incertezas por conta da pandemia, também vamos ter bons resultados em 2021. Ainda estamos esperando a vacina contra a Covid-19 no País, mas o cenário é mais claro, de otimismo", diz Romildo Rolim, presidente do BNB.

Ao todo, foram mais de 1,63 milhão de operações no último ano no Estado, sendo 1,54 milhão realizado pelo Crediamigo, programa de microcrédito urbano, que destinou cerca de R$ 3,8 bilhões para microempreendedores cearenses.

Por meio do FNE, principal fundo financiador do banco, foram R$ 4,12 bilhões aplicados no Ceará. No âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o volume contratado atingiu R$ 433,8 milhões, dos quais R$ 356,1 milhões foram aplicados pelo programa de microcrédito rural, Agroamigo. Já as micros e pequenas empresas (MPEs) cearenses foram beneficiadas com R$ 812,1 milhões em volume de crédito.

Para o economista Célio Fernando Melo, os resultados do BNB em 2020, mesmo em meio à crise econômica, estão relacionados a três fatores: desburocratização na concessão de crédito da instituição, logo nos dois primeiros meses de pandemia; postergação das parcelas de empréstimo dos clientes, em razão das dificuldades financeiras; e retomada da atividade econômica nacional, puxada pelo aumento do consumo das famílias por conta do auxílio emergencial.

"Mesmo com a economia praticamente paralisada, o banco continuou ofertando crédito, o que foi importante para o Nordeste. Nesse contexto, podemos destacar ainda as taxas de juros extremamente atrativas, que também ajudaram a aumentar a demanda por crédito em 2020", explica.

Na região onde o BNB atua (Nordeste e nortes de Minas Gerais e do Espírito Santo), foram aplicados R$ 39,8 bilhões em 2020. Para este ano, a expectativa do banco é investir R$ 41 bilhões em todas as linhas de financiamento. Deste montante, R$ 24,1 bilhões já foram aprovados para o FNE, sendo que 1/3 do valor está pronto para ser negociado com as empresas.

"Assim como em toda a região, em relação ao Ceará, a demanda pelos recursos do FNE segue a mesma proporção. As demandas existem, estamos nos organizando e trabalhando para atender aos nossos clientes de forma ainda mais célere", afirma Romildo.

Ele também observa o recorde histórico na aplicação de recursos em projetos ligados a MPEs da região contemplada pelo banco. Foram R$ 4,6 bilhões, totalizando 49,4 mil operações. O valor é 26,8% maior que o volume contratado pelos micros e pequenos negócios em 2019.

Do total aplicado na região, R$ 12,1 bilhões chegaram a microempreendedores urbanos pelo programa Crediamigo. O montante aplicado foi 14% maior que no ano anterior. "O mercado é amplo para todos. Quanto ao Crediamigo, temos 2,5 milhões de clientes ativos e potencial para mais 11 milhões de clientes. Estamos trabalhando para digitalizar as operações", informa o presidente do BNB.

O volume de crédito ofertado no âmbito do Pronaf alcançou R$ 3,4 bilhões, por meio de 583 mil operações contratadas no período. Destas, 96,8% empregaram a estratégia de microcrédito produtivo na área rural, por meio do Agroamigo. Assim, o programa investiu R$ 2,9 bilhões, volume 15% maior que o de 2019.

Das operações realizadas com recursos do FNE, 57% foram contratadas com empreendimentos localizados no Semiárido. Segundo o BNB, os investimentos somaram R$ 14,7 bilhões.

 

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