O mercado imobiliário inicia 2021 com expectativas positivas ante a queda de estoques no Ceará de 11 mil unidades no início do ano passado para 4 mil no fim de dezembro, segundo dados do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE). E esse movimento de queda tem explicação no período de isolamento mais rígido causado pela Covid-19. O desejo do consumidor mudou e aumentou a quantidade de pessoas trocando a compra de apartamento por casa, de preferência com espaço para formar escritório.
O presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), Francisco Kubrusly, acredita que o mercado deve continuar forte durante o ano. A expectativa é que o estoque se mantenha no mesmo patamar, como regulador, e novos lançamentos sejam realizados ao longo dos meses.
"O setor continua com a demanda franca. Essa é uma demanda que sempre existe, especialmente para as pessoas que aguardam uma oportunidade. E a queda da Selic e de taxas dos bancos em 2020 facilitou a compra de imóveis e também favorece os investidores, já que o imobiliário se mostra um dos investimentos mais seguros e rentáveis neste momento", afirma.
As principais localizações onde esses empreendimentos devem ser construídos dizem respeito à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Condomínios fechados em Aquiraz e Eusébio têm sido muito demandados.
Nos apartamentos, a demanda que chega é de varandas gourmet e espaços internos pensados para que o cliente tenha mais bem-estar durante o período em domicílio. Eles estão localizados principalmente no bairro Messejana, além de Guararapes e Meireles.
Tibério Benevides, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), destaca a melhoria da economia no fim de 2019 - o que trouxe novo ânimo ao mercado, e a redução dos juros em 2020. Lembra-se ainda que havia descontos de 30% em imóveis em 2018, mas a procura não era a mesma de agora, em que poucos são os descontos na hora de fechar o negócio.
"Com certeza a taxa de juros e financiamentos ajudaram bastante, menos em cinco p.p. (pontos percentuais) do que era há alguns anos", diz. Ele ainda acrescenta que o novo programa Casa Verde Amarela, principalmente das faixas que não dependem do aporte da União, deve beneficiar as famílias para que adquiram a casa própria em 2021.
E este otimismo no mercado já foi quantificado. Levantamento da plataforma Homer, com corretores de imóveis de todo o Brasil, revela que 74% dos entrevistados notaram crescimento de pelo menos 10% nos negócios até o fim do ano. Destes, 6% afirmaram que o aumento ficou entre 51% e 70%. Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), confirmou que o País registrou um aumento de 8,4% na venda de apartamentos novos nos primeiros nove meses de 2020, em comparação a igual período do ano anterior. Livia Rigueiral, CEO do Homer, analisa que o setor de imóveis surpreendeu positivamente, porque são vários os estímulos à compra de uma propriedade, mesmo em momento de retração econômica.
2021
Para 2021, a impressão de 70% dos entrevistados no levantamento da Homer é que as vendas melhorem mais de 20% e a principal demanda será por residências com espaço para home office que sejam próximas de regiões centrais.