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‘Retomada econômica é saída para escapar de tragédia anunciada’
Economia

‘Retomada econômica é saída para escapar de tragédia anunciada’

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Um dos principais desafios do Bradesco - segundo maior banco privado do País - em 2021 será avançar na adaptação ao novo mercado financeiro, que se tornou mais inclusivo e aberto a outros participantes, como fintechs e empresas de meios de pagamento. Em 2020, por causa do isolamento social provocado pelo coronavírus, a população deu um salto na digitalização e aquisição de serviços bancários online. Junto com esse movimento, veio também a expansão dos bancos digitais no mercado nacional, o que exigiu um contra-ataque por parte das instituições tradicionais.

"Estamos agora num ambiente de competição difusa,de multiplicidade dimensional nunca vista", diz o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr. Mas, segundo ele, o banco tem caixa, equipes motivadas e está preparado para disputar todos os mercados. "Um imperativo será manter a expansão da escala de clientes de modo a ampliar nossas fontes de receita. E isso será possível com a redução paulatina do desemprego e a volta dos negócios."

Para Lazari, em termos de País o desafio mais importante a ser superado é a volta do crescimento. "É a única forma de sairmos desse ciclo de tragédia anunciada. Não há outro caminho. 2021 será o ano da revanche." Ele destaca que o Brasil precisa reduzir os 14 milhões desempregados e diminuir a dívida pública, que deve chegar 100% do PIB - patamar complicado para um País com tantas amarras orçamentárias e dificuldades para cortar gastos.

Apesar das incertezas sobre a velocidade e efetividade da vacinação, Lazari Jr acredita que será um ano bom para o setor financeiro. Na avaliação dele, a política monetária deve se normalizar, com a taxa de juros subindo em algum momento do ano (a Selic está em 2% ao ano) - medida com potencial para mudar o patamar do dólar. "A volatilidade deve diminuir, o que ajuda bastante no planejamento", diz o executivo, que prevê um crescimento de 4% da economia e 10% do crédito, com queda da inadimplência.

2020, na opinião do executivo, deixará muitas lições e alguns legados. A chegada da pandemia exigiu medidas urgentes e provou a capacidade de muitos profissionais de trabalhar sob forte pressão. "Em dias, foram feitos ajustes que demorariam meses em tempos normais." Outra lição importante, diz ele, é que o banco tem tecnologia para enfrentar momentos de crise como o atual. "Quase 100% do quadro ficou em regime de trabalho a distância, sem nenhum problema de comunicação ou eficiência operacional."

Segundo Lazari, o ano que passou foi duro, difícil e exigiu muito de todos, sejam empresas, executivos, trabalhadores ou pais de família. "Foi um período de muito sacrifício para conseguirmos fechar um balanço de qualidade." Segundo ele, se em 2020 as surpresas tinham viés negativo, agora as surpresas que surgirem devem ser positivas, como uma reação mais rápida da economia.  (Agência Estado)

 

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