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Ceará aumenta simplificação para abertura de empresas
Economia

Ceará aumenta simplificação para abertura de empresas

Projetos estaduais facilitam o processo de abertura de novas empresas no Ceará, conheça histórias de negócios que foram abertos durante a pandemia
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 Los Brabos Pizzas é um dos negócios que estão iniciando atividades em Fortaleza (Foto: Barbara Moira/ O POVO)
Foto: Barbara Moira/ O POVO  Los Brabos Pizzas é um dos negócios que estão iniciando atividades em Fortaleza

Em nova iniciativa para facilitar o processo de formação de novas empresas no Estado, o Governo do Ceará lançou portaria para implementação do Programa de Implantação do CNPJ Único.

A iniciativa se dá por meio da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) e tem como objetivo ter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como identificador único de inscrição cadastral para as empresas e cidadãos contribuintes obrigados de forma direta ou indireta à entrega de declarações e pagamento de tributos estaduais.

O cronograma para implantação do programa será apresentado em 60 dias. De acordo com a Sefaz, os processos relacionados aos contribuintes cearenses devem ser simplificados e virtualizados, com a unificação dos procedimentos, quando possível, às fazendas federais e municipais.

Além do CNPJ Único, outro projeto estadual que se destaca para simplificar o processo de abertura de empresas é o programa Empresa Simples, elaborado pela Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec). A iniciativa disponibiliza formulário digital para que novos empreendedores possam abrir empresas de forma digital.

Segundo Carolina Monteiro, presidente da Jucec, a Junta possui parcerias com outros órgãos reguladores, o que facilita e simplifica o cadastro e processo de abertura de novos negócios. “A gente tinha um processo que se dava de forma apartada, onde o empreendedor percorria cada órgão de forma separada e esse processo demorava cerca de 145 dias. Hoje, atingimos a meta de abrir e legalizar uma empresa em até 48 horas”, relata a presidente.

Na última quarta-feira, 20, o Governo Federal também anunciou a criação do programa nacional Balcão Único, que possui o mesmo objetivo do já existente Empresa Simples. Inicialmente, o projeto está disponível apenas na cidade de São Paulo (SP). O programa deve ser expandido para o Brasil todo em breve e é liderado pela Receita Federal junto à Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital e o Serviço Federal de Processamento de Dados.

Conforme explica a Jucec, o novo programa da Receita Federal promoverá uma melhoria para o processo de abertura de empresas no Ceará por integrar dados de órgãos e municípios de outros estados. “O balcão consiste no processo absolutamente linear de forma que o empreendedor não precise sair do portal que ele está navegando para obter essas licenças e alvarás. Aqui no Ceará nós já iniciamos todas as tratativas para ingressar no Balcão Único”, conclui a presidenta do órgão.

Os irmãos Igor e Fernando Menezes da Costa decidiram abrir a empresa já com sete funcionários contratados, desde, pizzaiolos a motoqueiros e apostam em um cardápio enxuto de 18 sabores para o início.
Os irmãos Igor e Fernando Menezes da Costa decidiram abrir a empresa já com sete funcionários contratados, desde, pizzaiolos a motoqueiros e apostam em um cardápio enxuto de 18 sabores para o início.

Novos negócios na pandemia

Apesar da conjuntura econômica causada pela crise sanitária provocada pela pandemia de coronavírus, diversas novas empresas nasceram e se fortaleceram no último ano e início de 2021. De acordo com levantamento da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), o Ceará encerrou 2020 com a abertura de 89.088 novas empresas.

Los Brabos Pizzas é um dos negócios que estão iniciando as atividades em meio à crise em Fortaleza. A nova empresa levanta as portas nesta sexta-feira, 22, na rua Padre Valdevino.

Parado e com habilidade para a cozinha, Igor Menezes da Costa decidiu fomentar a empresa com seu irmão, Fernando. Já com sete funcionários contratados, desde pizzaiolos a motoqueiros, apostam, como Igor diz, em um cardápio enxuto de 18 sabores para o início.

Mas para que a pizzaria saísse do papel, foi necessário investimento que girou em torno de R$ 200 mil. Contrataram consultoria para dar mais segurança na abertura e investiram em massa italiana. "Sempre gostei muito de cozinha, sempre tive um sonho, eu e meu irmão, de abrirmos um negócio. Agora na pandemia, estava parado e tinha um certo dinheiro para investir e fizemos um investimento bem considerável."

E já com foco no mercado cheio de restrições por conta da pandemia, resolveram apostar em delivery próprio e nos pedidos por meio do iFood, de terça a domingo, das 18 às 23 horas.

Empreendedora há cerca de dez anos, Alessandra Félix enxerga crescimento na confeitaria que traz à Fortaleza técnicas culinárias francesas.
Empreendedora há cerca de dez anos, Alessandra Félix enxerga crescimento na confeitaria que traz à Fortaleza técnicas culinárias francesas.

Um futuro "doce"

A empreendedora Alessandra Félix também projeta um futuro de estabilidade econômica com a recém-aberta confeitaria Ale Félix Patisserie, no bairro Meireles, em Fortaleza. Confeiteira profissional graduada pelo Senac-CE, a chef empreende e vende doces há cerca de dez anos, mas somente no início de janeiro deste ano tirou os planos do papel e fundou sua loja física.

O novo negócio é uma “confeitaria com coração brasileiro e técnicas francesas”, como descreve Alessandra, que vende bolos festivos decorados, sobremesas e diversos doces no local. Sobre a crise econômica, a empresária comenta que um dos principais impactos é o preço do material necessário para fazer os doces.

Alessandra avalia que a movimentação de clientes no espaço físico também é um dos sintomas da crise sanitária, o que levou a empreendedora a precisar inovar para continuar atendendo clientes. Ela explica que a situação “exigiu muito jogo de cintura da nossa equipe e fez com que nós tivéssemos que começar a atender via delivery, o que gerou todo um novo serviço e custo para nossa operação”, analisa.

Ainda que o contexto do Brasil seja de crise, a investidora avalia que o novo negócio está crescendo aos poucos. Para o futuro, Alessandra planeja manter a produção e os gastos dentro do planejamento, seguir com inovação e focar cada vez mais nos clientes.

A pizzaria The Silver's Pizza, no bairro Maraponga, foi a forma que o jovem Bruno Freitas encontrou para escapar do desemprego.
A pizzaria The Silver's Pizza, no bairro Maraponga, foi a forma que o jovem Bruno Freitas encontrou para escapar do desemprego.

Segredo italiano de sucesso

A pizzaria The Silver's Pizza, no bairro Maraponga, foi a forma que o jovem Bruno Freitas encontrou para escapar do desemprego. Recém demitido de uma empresa multinacional, o assistente fiscal viu no desligamento da empresa uma oportunidade para seguir na gastronomia, antiga paixão do pizzaiolo.

Com início das atividades de entrega de pizzas em setembro de 2020, Freitas conta que um dos diferenciais é a receita italiana das massas, que levam 24 horas de maturação, e dos molhos defumados, receitas artesanais.

Ele conta que o ramo de pizzarias é atrativo e bem aceito no mercado, porém bastante competitivo, o que faz com que os empreendedores se esforcem mais. “É necessário estar sempre atento ao seu negócio, ver tendências e sempre pensar em ideias para atrair mais clientes, além da qualidade do produto, é claro”, relata.

Um dos impactos sentidos pela crise foi o aumento do preço dos insumos para a preparação das pizzas. “Como havíamos aberto recentemente, não poderíamos repassar esses aumentos para os clientes, seria um “tiro no pé”, tivemos que reduzir os lucros, cortar gastos”, conta.

Apesar da pandemia, Freitas avalia que o novo negócio está sendo bem aceito na comunidade e que uma relação de confiança foi estabelecida com os clientes. Para o futuro, a expectativa é de ampliar o espaço físico e a estrutura da empresa, além de ampliar a área de atendimento e a gama de sabores de pizzas no cardápio.

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