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Combustíveis vão ficar até 8,2% mais caros a partir de hoje
Economia

Combustíveis vão ficar até 8,2% mais caros a partir de hoje

Nova tabela da Petrobras prevê alta nas refinarias de R$ 0,17 no preço do litro da gasolina (8,2%); de R$ 0,13 no diesel (6,2%); e de R$ 0,14 no gás de cozinha (5,1%). Aumento será sentido pelo consumidor até o fim da semana.
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Ceará é o 6º estado em gasolina mais cara no Brasil (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Ceará é o 6º estado em gasolina mais cara no Brasil

A partir de hoje começam a valer os novos preços da Petrobras para os combustíveis. Nas refinarias, a gasolina terá aumento médio de R$ 0,17 (8,2%); de R$ 0,13 no diesel (6,2%) e de R$ 0,14 no gás de cozinha (5,1%). O repasse ao consumidor final não é imediato, os especialistas acreditam que, na prática, a mudança de preços deve começar a ser sentida por quem está na ponta até o fim desta semana, mas terá um efeito desastroso sobre a renda e a inflação.

Para se ter uma ideia, hoje, o Ceará já tem a 6ª gasolina mais cara do País, com valor máximo de R$ 5,27, no Crato, segundo levantamento mais recente da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O preço médio no Estado é de R$ 4,96. Se o reajuste nas refinarias for repassado na íntegra ao consumidor final, o preço médio do litro da gasolina passaria a ser de R$ 5,36, podendo chegar a R$ 5,70.

Na mesma linha, o diesel que hoje tem preço médio de R$ 3,88, poderia chegar a R$ 4,12, com o reajuste de 6,2%. Já no caso do gás de cozinha, o botijão de 13 kg que é encontrado no Estado com preços entre R$ 75 e R$ 95, se a alta chegar a 5,1%, tal como na refinaria, a faixa de preços passará a ser entre R$ 78,82 e R$ 99,84.

Para o especialista em petróleo e energia, Bruno Iughetti, o aumento não chegará a tanto. Ele explica que toda etapa da cadeia é livre para estabelecer seus preços, mas, a exemplo de reajustes anteriores da Petrobras, o repasse não deve feito na íntegra ao consumidor final.

“Eu acredito que com a diluição na cadeia, da refinaria para distribuidores, o aumento da gasolina na bomba deve chegar a 6%, o do diesel a 4% e o gás de cozinha a, no máximo, 3%. Estes percentuais têm relação com o nível de estoque disponível no mercado hoje, mas, sem dúvida, será muito penoso porque os preços já estão em patamar alto”.

Se a projeção dele estiver correta, o preço médio do litro da gasolina passará a ser de R$ 5,25, o do diesel de R$ 4,03, e o do gás de cozinha R$ 86,82.

Este já é o segundo aumento da Petrobras no gás de cozinha neste ano. O primeiro, do dia 7 de janeiro, foi na ordem de 6%. Gasolina e Diesel têm altas acumuladas de 13% e 4,4%, respectivamente. A razão para majoração sustentada pela estatal é acompanhar a alta do preço do petróleo no mercado internacional.

“A redução da produção de petróleo na Arábia Saudita e aumento da demanda nos EUA tem feito com que o preço do barril do petróleo no mercado internacional passe dos US$ 60. Além disso, tem a questão da desvalorização cambial e da elevação dos custos de produção que têm pressionado muito a tabela da Petrobras”, explica Iughetti.

O problema é que o poder de compra do consumidor também está sob constante pressão. Em 2020, o gás de cozinha encerrou o ano com alta de 9,24%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isso representa mais que o dobro da inflação de 4,52% registrada no ano passado.

Se o botijão de 13 kg chegar mesmo a R$ 99,84, na pior das hipóteses, ou mesmo a R$ 97,85, em um cenário mais otimista, ainda assim, o custo deste produto no Ceará, sozinho, já comprometeria 6% da renda média habitual da população, que de acordo com a mais recente Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) é de R$ 1.613.

“É muito delicado porque estabelece um novo patamar de preços que dificilmente cairão na mesma proporção mais na frente. E temos uma população que já está mais empobrecida, vem perdendo renda e sendo impactada por outros aumentos. O gás de cozinha terá um preço impeditivo, sobretudo, para os mais pobres”, avalia o economista Alex Araújo.

Ele lembra que a alta nos preços dos combustíveis traz efeitos também para inflação e para composição de preços de outros produtos e serviços. “Como a tarifa de ônibus, o que deve ser mais um gasto a pressionar a renda do consumidor”.

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