Logo O POVO+
Com queda de 5,8%, comércio no Ceará tem pior resultado em quatro anos
Economia

Com queda de 5,8%, comércio no Ceará tem pior resultado em quatro anos

Dados do IBGE mostraram também que, no mês de dezembro, a queda foi de 3,3%, em relação a novembro, o pior desempenho da série histórica iniciada em 2000
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Decisão foi anunciada pelo governador Camilo Santana neste domingo de Páscoa, 4 de abril
 (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Decisão foi anunciada pelo governador Camilo Santana neste domingo de Páscoa, 4 de abril

O mês de dezembro, historicamente o de maior movimentação para o comércio varejista, deixou um gosto bem amargo aos empresários cearenses no ano passado. O volume de vendas caiu 3,3%, em relação ao mês de novembro. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que esta foi a queda mais intensa, na variação mensal, para um mês de dezembro de toda a série histórica, iniciada em 2000. No acumulado do ano, as perdas chegaram a 5,8%, no maior declínio dos últimos quatro anos.

Por outro lado, ante igual período de 2019, a pesquisa mostra que houve crescimento de 3,3% e é a sexta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação.

A pesquisa mostrou também que o Estado está com mais dificuldade para se recuperar das perdas impostas pela pandemia. O Brasil, apesar do resultado negativo no mês de dezembro (-6,1%), no acumulado do ano, conseguiu fechar em alta de 1,2%.

Na avaliação do economista Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), isso se deve ao próprio perfil da economia cearense, que é muito vinculada ao setor de serviços.

“E este é um setor que vem encontrando mais dificuldade para se recuperar neste contexto de pandemia. Turismo, eventos, entretenimento, por exemplo, praticamente, ainda não teve retorno das atividades. A taxa de desemprego é muito alta e isso acaba se refletindo na capacidade de consumo das pessoas”.

Especificamente sobre o desempenho do comércio varejista no mês de dezembro, ele acredita que pode ter tido também o reflexo da antecipação do 13º salário. “Por conta da pandemia, boa parte dos benefícios, principalmente dos aposentados, foram antecipados em meses anteriores”.

No Ceará, no varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 4,4% em relação a novembro. Mas está 4,2% maior do que igual mês do ano anterior. O acumulado do ano também ficou no vermelho (-5%).

Dos treze segmentos pesquisados, em apenas quatro houve crescimento nas vendas em 2020: material de construção (5,8%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (5%); hipermercados e supermercados (3,8%); e hipermercados e supermercados, incluindo produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,8%).

Já dentre os segmentos que tiveram maior dificuldade de recuperação, destaque para tecidos, vestuário e calçados que registrou queda de 22,6% no volume de vendas. Em seguida, aparecem eletrodomésticos (-21,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-19%).

Apesar da queda no volume de vendas do comércio no Ceará, de modo geral, o impacto no faturamento não foi na mesma proporção. Em 2020, a receita nominal de vendas do varejo foi 1º menor do que no acumulado do ano anterior. Quando se observa o comércio varejista ampliado constata-se uma estabilidade em relação ao ano anterior (-0,1%).

“As empresas estão vendendo menos, mas como o preço dos produtos subiu, acaba tendo uma receita semelhante ao de anos anteriores”, explica Coimbra.

 

LEIA TAMBÉM |

Em recuperação acelerada, indústria do Ceará cresce acima de cinco vezes a alta registrada no Brasil

Custo da construção civil no Ceará tem aumento de 10,9% e supera média nacional

Apesar de queda de 6,1% no varejo, 84% das empresas relataram alta de vendas

Queda de 6,1% nas vendas do varejo em dezembro é a maior para o mês da série


O que você achou desse conteúdo?