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Falta de diálogo e decretos repentinos minam o setor
Economia

Falta de diálogo e decretos repentinos minam o setor

Análise. Bares e restaurantes.
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Já impactados significativamente pelo início da pandemia em 2020, o setor de serviços no Ceará fechou o ano com queda de 13,6%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retomada observada em outros setores, como indústria e comércio - que nos índices apresentam processo de recuperação forte no segundo semestre -, o ritmo dos ramos de restaurantes, bares, bufês e outros serviços de comida preparada não tem sido o mesmo.

Raul Santos, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), defende que esse segmento em específico é um importante motor da economia cearense, grande gerador de empregos diretos e indiretos e renda. Na sua avaliação, os decretos de recuo na reabertura econômica tem surpreendido os empresários e tem sido feita de "forma intepestiva".

Ele define que a solução mais acertada seria adotar uma postura mais assertiva, de fechar totalmente durante um período. "Do jeito que está sendo conduzido, produz uma bagunça para a gestão de negócios que lidam com alimentos perecíveis".

"Junto com as restrições, o Estado deveria oferecer medidas que diminuíssem o impacto. À medida que o funcionamento é restrito ao atendimento online, os grandes marketplaces, como Uber Eats e iFood, não valem a pena para os empresários, pois boa parte da margem de lucro acaba indo para os apps de delivery", afirma.

Raul ressalta que o Estado "não pode perder essa parcela importante para economia" e precisa haver um planejamento específico para revitalização do setor.

"As contas do Estado estão no azul, enquanto o setor está com as finanças apertadas. É hora do estado intervir de forma mais significativa na economia."

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