Essa discussão era para ter acontecido em setembro do ano passado, para que o governo estivesse estruturado um programa mais robusto de renda mínima e feito a seleção dos beneficiários, elegendo a fonte de recursos para fazer face ao programa. Mais uma vez, a inércia do Governo Federal e a falta de prioridade para este público mais carente deixa a desejar.
Existem vários programas muito mais inteligentes que o auxílio emergencial e poderiam ter sido implementado para 2021.
O que eu posso dizer é a importância do auxílio é imensa. Mesmo em valores menores é muito importante. O fato de ter colocado esse teto de R$ 44 bi para o gasto com o benefício foi um aceno ao mercado, mas não sabemos se vai ser suficiente. Só vamos saber mais na frente, com o avanço da vacina.
Inclusive, estão mais preocupados com o lockdown, mas ninguém levantou a voz para o auxílio emergencial. Os mais de dois meses sem o benefício gera um impacto muito maior do que os 14 dias aqui em Fortaleza. Enquanto não tiver vacina, saúde e economia estão lado a lado, e a economia só vai deslanchar novamente quando a pandemia estiver sob controle.
Silvana Parente
Vice-presidente do Corecon-CE