Empreender parece fazer parte do DNA da família de Raquel Alcantarino, 35. Pai, mãe e irmãs viram nos pequenos negócios próprios a forma de ganhar a vida, o que ela só fez verdade na sua há pouco mais de três anos. Depois de uma temporada como empregada de uma locadora de veículos, ela recebeu as contas e resolver aplicar a maior parte da rescisão empreendendo.

"Eu me senti extremamente injustiçada. Então, eu disse que eu nunca mais ia trabalhar pra ninguém", relembra de 2017, quando resolveu montar uma produção de dindins gourmet.

Porém, a pandemia veio e os clientes começaram a sumir. Diferente da vontade de empreender, que permaneceu em Raquel. Assim, ela fechou o registro de microempreendedora individual no qual atuava com dindins e abriu outro, para vender bolos e produtos fit. Uma sugestão da irmã.

Uma nova rodada de pesquisa de receitas, testes e, dessa vez, uma cozinha foi montada num cômodo da casa que divide com os pais. Todos com os negócios em uma parte do imóvel. Na rotina, a semana de trabalho intensa dividida entre os bolos e a faculdade de educação física.

Várias atividades e correria são rotina também para Marciane Guimarães, 32. Empreendedora do ramo de confecções há nove anos, ela mergulhou na gestão do negócio após a pandemia. Ao contratar uma consultoria do setor de e-commerce, ela e o irmão, com quem trabalha, acentuaram a atuação nas redes sociais.

Foi como conseguiram manter as vendas em alta para outros estados, apesar de ter reduzido o número de pessoas que trabalha com ela na microempresa para cerca de 4 pessoas. Com o novo lockdown, a loja física que ela possui num centro de compras voltou a fechar e os esforços da equipe são para manter a logística das vendas on-line funcionais.

Afinal, as plataformas virtuais já representam 50% do volume de vendas, impedindo até que Marciane continue a faculdade de moda e design que iniciou.