Uma das principais cadeias econômicas do Estado, o turismo segue sofrendo forte impacto com a pandemia iniciada em 2020. Nos últimos 12 meses, a queda acumulada do turismo cearense já chega a 44%. O levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o setor, aponta que os segmentos mais impactados da cadeia de negócios são os de transporte aéreo de passageiros, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros, agências de viagens, serviços de bufê e locação de automóveis.
Na comparação entre janeiro de 2020 - período ainda sem pandemia - e janeiro de 2021, revela queda de 28,7% na atividade econômica do turismo. Apenas dois estados do Brasil tiveram quedas maiores que a cearense: São Paulo (-37,7%), Minas Gerais (-29,7%) e empate com o Paraná (28,7%). O Rio de Janeiro, principal polo turístico nacional, perdeu 27,5% de sua força no turismo.
No início deste ano, o Estado teve ainda o 11º resultado mensal negativo consecutivo, com variação negativa de 1,8% em janeiro ante dezembro, mês que já havia registrado queda de 1%.
O mesmo movimento, porém, não foi observado na média nacional, que em janeiro apresentou leve alta de 0,7% quando comparada com dezembro. Rio de Janeiro (4,4%), Rio Grande do Sul (11,4%) e Distrito Federal (10,4%) tiveram os melhores desempenhos no mês. As retrações mais relevantes vieram de São Paulo (-1,7%), Ceará, Minas Gerais (-3,1%) e Goiás (-7,4%).
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-CE), Ives Castelo Branco, destaca que o turismo cearense vem sofrendo muito com os meses de isolamento, pois sempre foi uma atividade que mobilizou muitos segmentos e alta empregabilidade, seja formal ou informal.
"O Ceará tem uma atividade turística muito forte e intensa. Além de Fortaleza, temos muitas outras opções de turismo de praia em todo litoral. Temos uma rede hoteleira que atende muito bem ao desejo de quem quer viajar, culinária forte e destinos consolidados, mas enquanto tivermos a pandemia afetando a circulação de pessoas, o nível de atividade do turismo não deve retornar ao normal", observa.
Também foi divulgado ontem que o Ceará fechou o mês de janeiro com retração de 2,7% no volume do setor de serviços, aponta a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador registra queda de 14,7%. Entre dezembro e janeiro houve a primeira variação negativa após cinco meses de recuperação.
Houve queda de 11% na comparação de janeiro-janeiro de 2020 e 2021, colocando o Estado entre os três que mais retrocederam. Atrás somente de Mato Grosso (-19,8%) e Alagoas (-11,3%).
As quedas nos Serviços prestados às famílias (-30,9%), que ainda acumula queda de -41,7% nos últimos 12 meses, também recuaram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-10,6%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,6%). Único segmento que registrou alta no levantamento em janeiro foram os serviços de informação e comunicação (0,5%), mas que acumula queda de -0,6% nos últimos 12 meses. No resultado nacional, o volume de serviços no País cresceu 0,6% na passagem de dezembro de 2020 para janeiro de 2021.