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Inflação vai a 0,86% e mercado enxerga alta da Selic
Economia

Inflação vai a 0,86% e mercado enxerga alta da Selic

Efeito em cadeia
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 Aumento nos preços dos combustíveis teve influência decisiva no resultado da inflação de Fortaleza (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita  Aumento nos preços dos combustíveis teve influência decisiva no resultado da inflação de Fortaleza

Pressionada desta vez pelos preços da gasolina, a inflação oficial no País subiu 0,86% em fevereiro, ante 0,25% em janeiro. Foi a maior variação para o período desde 2016 e consolidou as apostas no mercado financeiro de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que se reúne na próxima semana, vai voltar a aumentar a taxa básica de juros. A Selic está hoje em 2%, menor patamar histórico.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, aposta que a Selic será elevada dos atuais 2% ao ano para 2,50%. "Realmente, o IPCA veio bem acima do esperado, mostrando forte aceleração. A boa noticia é que o movimento de alta da inflação continua concentrado em alguns itens", disse Rostagno.

"Então, não há alta generalizada de preços no País. Mas, como a gente está com uma inflação corrente bem acima do centro da meta, e como a gente tem visto alta forte do petróleo e o real se desvalorizando, o BC vai promover alta de juros para evitar que efeitos de segunda ordem potenciais sobre os preços possam ocorrer e, com isso, desancorar as expectativas de inflação."

Já havia a expectativa de que o Copom pudesse elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, de acordo com a economista-chefe da gestora de recursos BNP Asset Management, Tatiana Pinheiro, mas a inflação de fevereiro, ainda que fortemente concentrada em combustíveis, deflagra uma pressão de custos para a qual o BC está atento. Pesa também a piora do quadro fiscal.

"O BC tem de calibrar a taxa de juros para o IPCA se manter na meta", argumentou Tatiana, sugerindo precisão nas tomadas de decisão.

A pressão inflacionária só não foi mais forte porque o fim do pagamento do auxílio emergencial pelo governo às famílias mais vulneráveis já diminuiu a demanda por itens essenciais, com reflexo sobre os preços dos alimentos, que têm dado uma trégua após meses de altas expressivas, avaliou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

 

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