Os agentes de viagens do Ceará podem ser mais uma categoria beneficiada com um auxílio financeiro estadual, após os profissionais de eventos e de alimentação fora do lar. A informação é do coordenador do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia, Flávio Ataliba, que se reuniu ontem com o presidente da Agência Brasileira de Agências de Viagem no Ceará (Abav-CE), Murilo Santa Cruz.
Estima-se que, pelo menos, 3 mil pessoas sejam contempladas com a medida. O Ceará tem cerca de 230 agências de viagem e quase 600 microempreendedores individuais (MEIs) atuando no segmento, segundo a Abav-CE. Ataliba explicou que, a partir dos dados de impacto econômico e das propostas apresentadas, um grupo técnico vai trabalhar ao longo da semana para apresentar uma contraproposta. "Eu acredito que em 15 dias nós conseguiremos formatá-la", projetou Ataliba.
Já o presidente da Abav-CE lembrou que o setor é linha de frente da cadeia turística do Ceará. "Nosso segmento também impacta a economia cearense trazendo a reboque bares, restaurantes, taxistas, motoristas por aplicativos, ambulantes e o comércio, de um modo geral, setores beneficiados com o dinheiro trazido por esses turistas", sustenta Santa Cruz. Ele explica que as propostas apresentadas ao governo do Estado seguem linha próxima às que foram concedidas a outros setores recentemente beneficiados. "A principal delas é um auxílio para os trabalhadores que perderam seus empregos, tais como consultores de viagens e guias de turismo", defende. O valor a ser pago deve ser de R$ 1 mil, em duas parcelas de R$ 500, tal como estabelecido para outras categorias profissionais.
"Pedimos, ainda, isenção de IPVA dos anos de 2021 e 2022, pois estamos pagando um valor altíssimo desse tributo sobre nossas frotas de ônibus paradas, isenção de débitos de água e de ICMS sobre a tarifa de energia. Se essas medidas forem atendidas temos chance de atravessar essa pandemia e nos recuperar rapidamente, já que o Ceará é o destino preferencial entre os brasileiros", acrescenta.
Também fortemente impactado pela pandemia, o setor de hotelaria aguarda novas medidas de ajuda econômica por parte das esferas municipal, estadual e federal. A presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo (AMHT), Vera Lúcia da Siva, afirma, contudo, que as iniciativas adotadas até agora pelos três níveis de governo ficaram aquém do esperado.
A associação representa pequenos hotéis, pousadas e hostels. "Dá para dizer por baixo que no nosso nicho umas 500 pessoas vão ser demitidas. Depois se não vier ajuda do governo federal, o que fez muita diferença no ano passado, esse número com certeza será bem maior", lamenta.
Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, acrescenta que "outra coisa muito importante que esperamos do governo federal é linha de crédito que possa dar fôlego às empresas para atravessarem esse momento". A entidade representa, principalmente os grandes hotéis.
QUEM PODE SOLICITAR ISENÇÃO DE IPVA
Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação
Aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes
Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina
Atividades de sonorização e de iluminação
Casas de festas e eventos
Criação de estandes para feiras e exposições
Filmagem de festas e eventos
Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas
Gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas
Produção de espetáculos circenses, de marionetes e similares
Produção de espetáculos de dança
Produção de espetáculos de rodeios, vaquejadas e similares
Produção de filmes para publicidade
Produção musical
Produção teatral
Serviços de alimentação para eventos e recepções - bufê
Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas
Fonte: Governo do Estado do Ceará