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J Macêdo reverte prejuízo e obtém lucro de R$ 102,5 mi em 2020
Economia

J Macêdo reverte prejuízo e obtém lucro de R$ 102,5 mi em 2020

| Balanço | Ajustes no modelo de comercialização e dinâmica da compra do trigo para os produtos são mencionados no demonstrativo da companhia
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J MACÊDO é detentora das marcas Dona Benta, 
Sol, Petybon e Boa Sorte (Foto: Divulgação / Grupo J. Macêdo)
Foto: Divulgação / Grupo J. Macêdo J MACÊDO é detentora das marcas Dona Benta, Sol, Petybon e Boa Sorte

A cearense J Macêdo reverteu o prejuízo de R$ 69,4 milhões registrado em 2019 ao atingir R$ 102,5 milhões em lucro líquido no ano passado, em um movimento de alavancagem nos negócios. Classificado como desafiador, 2020 representou uma retomada significativa para o grupo, que obteve uma expansão de 6,9% na receita líquida ao somar R$ 1,9 bilhão.

"Realizamos ajustes na estrutura e no modelo de comercialização e implantamos um novo modelo de logística e distribuição, que nos auxiliou a alcançar relevantes ganhos de eficiência. Com isso, conseguimos reduzir as despesas operacionais em 20% no ano, contribuindo para a obtenção de R$ 229,1 milhões de Ebitda e R$ 102,5 milhões de Lucro líquido na controladora e R$ 205,8 milhões de EBITDA consolidado", destaca o diretor-presidente José Honório Gonçalves de Tófoli no relatório que acompanha o balanço da empresa.

Sobre O Ebitda - o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização comumente usado em balanços -, a J Macêdo destaca no relatório que "o acumulado no período 2020 foi o maior registrado pela Companhia", ao atingir . "Este recorde se deve, principalmente, ao novo modelo de gestão implantado no início de 2020", diz o documento.

Detentora de marcas famosas e parte da história econômica do Ceará, como Dona Benta e Petybon, o Grupo J Macêdo possui entre centros de distribuição, escritórios, moinhos e fábricas, unidades espalhadas por Pará, Pernambuco, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, além do centro de distribuição de Caucaia e do escritório e moinho em Fortaleza.

Os negócios focados na indústria de alimentos fizeram com que a companhia avançasse 2,5% na receita bruta, que divide em quatro grupos: farinha e farelo (56%), massas (25%), mistura (7%) e outros (12%). Por isso o trigo merece um destaque no balanço da companhia.

Ao longo de 2020, devido ao impacto da pandemia na commoditie, a companhia observa três momentos na variação de preços, desde alta moderada, passando por uma queda, até um acelerado e contínuo retomada da elevação dos preços. Nesta dinâmica, cita o limite imposto pelo governo argentino - principal fornecedor de trigo do Brasil - para a compra do insumo e também a sucessão de greves na Argentina em dezembro, que "interrompeu embarques em todos os portos daquele pais, só retomados no final do mês, o que comprometeu o abastecimento dos moinhos brasileiros".

Mas não à J Macêdo, a qual afirma não haver "prejuízo às operações da Companhia, que buscou alternativas de abastecimento". O aumento de compras nos Estados Unidos e na Rússia resguardaram a empresa, ao fazer uso da quota de 1,1 milhão de toneladas com isenção de tarifa externa comum (TEC) liberada pelo Governo Federal para compras fora do Mercosul.

O resultado da dinâmica de compras foram custos com trigo importado 1,7% inferiores no quarto trimestre de 2020 e 0,7% superiores no ano à média de mercado. Já para o abastecimento de trigo nacional, "as compras da Companhia no quarto trimestre foram 3,75% abaixo da média de mercado e no ano de 5,35% menores".

Questionada sobre o impacto da Covid-19 nos negócios, a companhia respondeu que "houve de fato um aumento de demanda de produtos alimentícios de consumo doméstico no segundo trimestre de 2020 como efeito da pandemia e das restrições de funcionamento de restaurantes, padarias, e empresas". Mas, "como contra partida a demanda de produtos do food service reduziu significativamente". "No segundo semestre as demandas buscaram equilíbrio. Por outro lado a pandemia gerou custos adicionais em toda a cadeia de abastecimento, produção e distribuição, mas é fato que a indústria de alimentos está entre as que tiveram menor impacto econômico/financeiro com os efeitos terríveis desta pandemia", acrescenta em nota.

A J Macêdo afirma ainda que "enquanto não houver uma solução para a pandemia todos os riscos são possíveis aos negócios". 

"Para o ano de 2021, seguiremos focados num planejamento criterioso e em uma execução precisa, certos de que continuaremos no processo de crescimento dos resultados positivos alcançados em 2020 e determinados na busca do crescimento consistente e sustentável a médio e longo prazos", finaliza Tófoli.

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