Logo O POVO+
Empresas cearenses apostam na gestão inteligente do uso da água
Economia

Empresas cearenses apostam na gestão inteligente do uso da água

|Sustentabilidade| Por ocasião do Dia Mundial da Água, O POVO traz histórias de quem reaproveita o recurso natural para reduzir custos e preservar o meio ambiente
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Medida beneficiará famílias com consumo médio mensal de até 10m³ de água  (Foto: fotos Divulgação)
Foto: fotos Divulgação Medida beneficiará famílias com consumo médio mensal de até 10m³ de água

Embora cubra mais de 70% da superfície da Terra, a água é um recurso escasso para o consumo humano, quer seja no dia a dia de uma casa, quer seja nas rotinas produtivas de uma empresa. 97% da quantidade total desse líquido no planeta está concentrada no oceano e outros 2% em geleiras e calotas polares.

 Com o avanço da tecnologia, alternativas como a dessalinização ou o aquecimento da água congelada têm ganhado espaço, mas como ainda são muito caras para serem aplicadas em escala global, na prática, sobra cerca de 1% divididos entre rios, lagos e no subsolo para a atividade humana. Isso sem falar que muitos desses mananciais estão poluídos.

Conscientes da escassez desse recurso, cada vez mais o setor produtivo tem adotado práticas de gestão do uso da água. Técnicas como o reuso, a implantação de cisternas para captação da chuva, a implantação de torneiras temporizadas e até mesmo a substituição da água por produtos ou tecnologias que dispensem a necessidade de seu uso na produção são apenas algumas das iniciativas adotadas por empresas aqui no Ceará.

Além de uma questão de economia, que em alguns casos pode chegar a mais de 80%, os gestores dessas companhias têm também acompanhado a evolução de uma tendência do consumidor e dos investidores de valorização da responsabilidade ambiental. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, lembra que "já se tem há algum tempo lá na B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial. Então, todo tipo de movimento feito em prol do meio ambiente gera um diferencial na Bolsa".

Coimbra observa, ainda, que outro fator para se pensar a gestão da água é que há uma tendência de que o valor desse recurso fique mais caro ao longo do tempo. "Isso acontece exatamente em função da necessidade de todo um complexo sistema de captação de água para utilização nos processos produtivos. Tanto que existem cada vez mais investimentos em reuso de água, principalmente no setor industrial, mas também no setor hoteleiro", exemplifica.

Isso é o que está acontecendo no processo de construção do primeiro Hard Rock Hotel no Brasil, localizado na praia da Lagoinha, em Paraipaba (a 93 km de Fortaleza). De acordo com Alexandre Matos, CEO da SBY, que atua na coordenação técnica geral da VCI (empresa responsável pela marca de hotéis no Brasil), "nós temos lá um sistema de automação completo. Estamos pegando e reaproveitando as águas cinzas (residuais) e as tratando para usá-las na irrigação do complexo, que tem aproximadamente 100 mil m² de área verde a ser irrigada diariamente". Ele estima que a economia do recurso pode chegar a 20%. 

"A ideia é reduzir o máximo possível o custo com energia e com água para com isso diminuir também o custo operacional e impactar em bons resultados para o hotel", conclui.

O que você achou desse conteúdo?