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Reação do mercado à inação do presidente na pandemia
Economia

Reação do mercado à inação do presidente na pandemia

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No dia em que a carta assinada por empresários, economistas e banqueiros chegou às mais de 1,5 mil assinaturas, a reação do presidente foi de negação. No mesmo dia, o Brasil registrou média de casos acima dos 75 mil pela primeira vez e média de mortes acima de mil óbitos há 30 dias. O impacto veio no dia seguinte (ontem), com a abertura do Ibovespa na B3 com queda de mais de 1% chegando próximo aos 113 mil pontos. O dia era de pessimismo generalizado. No fim do dia, a Bolsa caiu 1,49%.

Se o diálogo com o Executivo Nacional não veio mesmo após a carta, ainda na segunda-feira, 22, após maior repercussão do manifesto, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), discutiram com parte do grupo como o setor privado poderia ajudar o governo na coordenação da distribuição de vacinas, apurou o Valor Econômico.

No jantar, estiveram presentes banqueiros e empresários, como o anfitrião Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil, com presenças do fundador do BTG Pactual, André Esteves, e do presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Executivos da Ambev, e donos de farmacêuticas, como Carlos Sanches, da EMS, estiveram reunidos no momento. Também participaram da reunião por meio virtual os empresários Abílio Diniz, acionista do Carrefour, e Flávio Rocha, dono da Riachuelo.

Segundo a apuração, o setor privado tem interesse de atuar mais efetivamente nas áreas de logística, mas também na compra de vacinas e leitos de tratamento médico contra a covid.

O empresário Beto Studart, ex-presidente da Fiec e proprietário da construtora Bspar, avalia que o maior empecilho para combater a crise gerada pela pandemia é a falta de convergência política para resolver a questão da saúde pública. Beto destaca que o principal foco deve ser a vacina e não disputas políticas.

"Devemos neste momento ter como objetivo o cidadão brasileiro. É preciso voltarmos nossas energias para resolver o problema da saúde pública, combatermos a covid de maneira uniforme, todos falando a mesma língua, adotando as mesmas providências. Quando conseguirmos vencer essa luta tenho certeza que o País terá condições para o seu desenvolvimento pleno, porque há uma carência de consumo, e nós, empresários, estamos preparados para atender essa demanda", afirma.

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