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Fortaleza tem redução de casos há três semanas, mas taxa de internação ainda é alta
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Fortaleza tem redução de casos há três semanas, mas taxa de internação ainda é alta

Capital está pela 4ª semana em lockdown. A ocupação de UTIs é indicador determinante
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Média de internação de pacientes com Covid-19 antes do óbito é de 12,17 dias (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Média de internação de pacientes com Covid-19 antes do óbito é de 12,17 dias

A média de casos de Covid-19 em Fortaleza apresenta tendência de redução consecutiva há três semanas, desde o início do lockdown, no dia 5. Contudo, o número de óbitos e a taxa de internação hospitalar ainda preocupam. A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) deve ser determinante ao longo dos próximos dias, na avaliação sobre prorrogação do lockdown ou início de reabertura gradual.

Há pouco mais de duas semanas, o isolamento rígido foi estendido para todo o Ceará. Na mais recente prorrogação da medida, na sexta-feira, 26, o Governador Camilo Santana sinalizou que, se a tendência favorável for mantida ao longo desta semana, reabertura gradual poderá começar na próxima segunda-feira, 5.

No primeiro dia de isolamento rígido na Capital, a média móvel observada era de 1.437 casos e 30,7 óbitos. A variação de casos apresentou redução nas três semanas subsequentes. No caso da média de óbitos, por sua vez, ainda chegou a aumentar na semana seguinte, sendo acompanhada por reduções sensíveis nas duas semanas posteriores.

A variação da média móvel de casos apresentou redução de 25% duas semanas após o início do lockdown. Nesse mesmo período, a média móvel de óbitos chegou a crescer 29%, conforme dados do IntegraSUS, plataforma da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizada ontem, 29, às 18h12min.


93,15% no Estado. Há mais de um mês, a ocupação de unidades de alta complexidade tem variado em torno de 90%, patamar considerado de extrema gravidade. Desde o dia 11 de março, a taxa se mantém acima desse número. Em Fortaleza, a ocupação de UTIs é de 93,87%. A taxa de ocupação em leitos de enfermaria também é alta, 86,85% das unidades preenchidas.

Houve uma redução da transmissão que poderia ter sido mais acentuada se o nível de isolamento social fosse maior, destaca Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (Famed-UFC). O epidemiologista explica que o primeiro resultado do lockdown é na diminuição da transmissão, posteriormente no número de internações e, por último, no número de óbitos.

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"Vai precisar de mais uma semana para ver a redução de internação e mais uma semana para ver redução nos óbitos", projeta. "Essa semana a gente provavelmente vai ter uma estabilidade nas internações. A partir do final de semana e início da próxima, pode começar a reduzir de forma sustentável", diz. A taxa é determinante porque "a motivação do lockdown é diminuir a saturação dos leitos", avalia o epidemiologista.

"O que vai dar segurança para decidir flexibilizar é a taxa de internação estabilizar e até cair um pouco. Se isso acontecer, vai ter instrumentos para começar a flexibilização", destaca. Segundo ele, esse é um cenário otimista mas "o cenário perfeito" seria ter mais tempo.

Até ontem, o Ceará somou 531.231 casos confirmados de Covid-19 e 13.724 óbitos ocorridos em decorrência da doença. Foram 4.046 novos casos e 128 novos óbitos inseridos no sistema desde o último boletim divulgado no dia anterior. Das mortes registradas, 17 ocorreram nas últimas 24 horas.

 

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