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Escassez chega ao Porto do Pecém
Economia

Escassez chega ao Porto do Pecém

Comércio. Desequilíbrio
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Tipo Notícia

No maior polo de exportação marítima do Ceará, o cenário da escassez de contêineres já é realidade, conforme relata o gerente de Negócios Portuários do Complexo do Pecém, Raul Viana. "Temos tomado conhecimento no mercado que alguns clientes estão com dificuldades em conseguir equipamentos, não somente os contêineres refrigerados (reefers), como também os contêineres secos (dry)".

De acordo com análise de Raul, a elevação dos fretes para os países asiáticos, especialmente a China, gerou um "desequilíbrio" na oferta de equipamentos para todos os outros mercados de exportação. "Localmente, acredito que nosso mercado, apesar de ter sido afetado, tende a sentir menos esse problema, uma vez que o segmento reefer, especificamente, está ligado diretamente à safra de frutas."

O gerente analisa ainda que a alta nos preços dos fretes deve se manter impulsionada pela retenção de contêineres e pela alta demanda de produtos importados na China. Com relação aos impactos locais, Raul destaca que os contêineres refrigerados terão um crescimento ainda maior na demanda a partir de meados de agosto, devido o início da safra de 2021/22. Caso a escassez continue, as consequências poderão ser graves para o produtor agrícola com atividades de exportação no Ceará.

O POVO procurou ainda a administração do Porto do Mucuripe para questionar sobre os impactos nas demais atividades de exportação realizadas na Capital. A Companhia Docas do Ceará informou que a empresa responsável pelo fornecimento de contêineres para o porto não teve seu fluxo de despache afetado. "Até o presente momento não tivemos nenhum impacto devido à falta de contêineres", revelou em nota.

Com relação ao mercado de carnes, outro item perecível que deve ser afetado devido a este cenário de entrave no fluxo marítimo de exportação, o Estado também não deve ser fortemente impactado. "Somos um estado consumidor, não produtor. Nós importamos 95% das carnes vendidas no Ceará, principalmente dos estados do Norte, então, não devemos ser afetados por essa questão", disse o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Fortaleza (Sindicarnes), Everton da Silva.

 

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