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Exploração atrai empresas, mas preocupa ambientalistas
Economia

Exploração atrai empresas, mas preocupa ambientalistas

Órgãos ambientais
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Ameaça sobre recifes de corais do litoral maranhense é apontada pelo Ibama como motivo de não dar aval para exploração de petróleo (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Ameaça sobre recifes de corais do litoral maranhense é apontada pelo Ibama como motivo de não dar aval para exploração de petróleo

Grandes empresas petrolíferas estão de olho na margem equatorial já há alguns anos. Algumas chegaram a comprar concessões de áreas na Bacia do Foz do Amazonas, no litoral do Amapá e Pará, mas nunca conseguiram tirar seus projetos do papel porque não receberam o aval do Ibama. A francesa Total, após duas tentativas fracassadas de obter licenciamento, desistiu do negócio e preferiu repassá-lo à Petrobras.

A estatal é dona de três blocos na bacia do Pará-Maranhão, mas ainda não há extração. Já a Enauta, outra petrolífera brasileira de médio porte, possui dois blocos na bacia, mas ainda não perfurou em nenhum deles. A empresa classificou a região como estratégica para os seus negócios, "de alto valor prospectivo".

Os projetos esbarram em restrições ambientais e na resistência de ONGs. Segundo o Ibama, a atividade econômica pode comprometer a sobrevivência de recifes de corais, que se estenderiam do Amapá até o Maranhão. Duailibe rebate afirmando que não há corais nos locais de exploração. O órgão enxerga também riscos ao Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, localizado no litoral maranhense, unidade de conservação da flora e fauna marinha.

Do lado dos investidores, o argumento é de que faltam estudos mais aprofundados sobre os possíveis prejuízos ambientais com a exploração da bacia e de soluções que podem ser elaboradas para minimizá-los.

Já a ANP diz que mantém conversas constantes com o Ibama, mas, até o momento, não há previsão de inserir as áreas em suas licitações. Ao mesmo tempo, afirma que continua estudando a bacia e tem tido resultados positivos. O diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, disse ter conhecimento do estudo elaborado por Zalan e parceiros.

"Li algumas avaliações não aprofundadas. A área técnica da ANP vai ter de se debruçar sobre isso", disse.

Notícias da possibilidade de obter ganhos de receita com a atividade animaram o governo local. "É uma perspectiva nova que se abre. Os estados do Norte e do Nordeste precisam de investimento público e privado. Inicialmente, minha avaliação é favorável e positiva, mas com o pé no chão. Temos de trilhar o caminho, para eventualmente comemorar", disse o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Para ele, porém, é preciso ainda avançar nos estudos ambientais para conhecer os possíveis prejuízos. "Não é algo que eu vislumbre em menos de cinco anos." (Agência Estado)

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