Com mais de 350 mil microempreendedores individuais formalizados no Ceará, de acordo com dados do Sebrae, o novo programa de microcrédito do Estado tem grande potencial de alavancar a retomada da economia, na avaliação de especialistas.
"Esse recurso chega em boa hora, porque não há muitas opções de crédito disponíveis no mercado e milhares de microempreendedores individuais estão precisando urgentemente de capital de giro para comprar mercadoria, se digitalizar e sobreviver a esse momento tão difícil de pandemia", avalia o diretor técnico do Sebrae, Alcir Porto.
Ele destaca também que como muitos dos negócios tocados por MEIs são feitos em parceria com outros membros da família, programas de microcrédito como esse do Estado com foco na baixa renda tem potencial de alcançar de forma indireta um público quatro vezes maior. "Isso sem falar na questão da oportunidade de capacitação, que é essencial para transformar o crédito em faturamento."
Na avaliação do economista Lauro Chaves, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e PHD em Desenvolvimento Regional, o Estado acerta quando prioriza a disponibilização de crédito aos mais vulneráveis. Ele ressalta que esse tipo de iniciativa é fundamental para o desenvolvimento econômico porque atinge a camada da população que, via de regra, não tem acesso aos mecanismos normais de crédito.
"Estamos falando de um público que vai usar todos os recursos para investimento do seu pequeno negócio ou consumo. Ou seja, é um dinheiro que gira de forma quase imediata na economia local. O que pode ser decisivo neste processo de recuperação da economia, além de promover a inclusão e redução da desigualdade."