Considerada a segunda melhor data do comércio, o Dia das Mães vai movimentar o setor, mesmo que mais um ano de pandemia. Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) aponta que 58,6% dos brasileiros pretendem dar presentes na data que será celebrada no próximo dia 9 de maio. No Ceará, Cláudia Brilhante, diretora Institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio), diz que a pesquisa no Estado está em finalização, mas que o aquecimento também se dará no setor de serviços.
"A expectativa é que as vendas sejam boas, dentro da nova realidade. As pessoas não deixam de presentear, seja comprando em loja física ou online, pois esta é uma data muito emotiva", frisa. Em relação ao valor médio de gasto, Cláudia diz que o tíquete baixou um pouco, ficando entre R$ 300 e R$ 500. "Mesmo reduzido, ajuda a alavancar o comércio. Além disso, o auxílio emergencial é outro reforço", detalha.
Inclusive o auxílio emergencial teve o saque antecipado pelo Governo Federal, cujo início se dá na sexta-feira, dia 30. É um dinheiro que o comércio e os serviços devem absorver já para esta data do Dia das Mães.
Outro ponto positivo para o período, segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Freitas Cordeiro, é a ampliação da capacidade de atendimento dos lojistas de 25% para 40% com o novo decreto estadual publicado no último sábado, 24.
"O consumidor ainda está cauteloso, mas continuamos animados com a ampliação e vamos torcer para que não relaxemos com as medidas de proteção, que junto com a vacinação, são fatores que farão com que a gente se afaste das dores desta pandemia".
Segundo a pesquisa da ACSP, os itens mais citados para compras no Dia das Mães pelos brasileiros são os de calçados e vestuários, com a preferência de 65,2% dos brasileiros. Os perfumes e cosméticos foram mencionados por 53,9%.
Os móveis e eletrodomésticos são uma opção para 49,5% dos consumidores brasileiros, mas o índice cai para 34,3% entre os residentes do estado de São Paulo. Para o economista da associação comercial, Marcel Solimeo, isso é um reflexo da quarentena contra o novo coronavírus. "Isso tudo é resultado do home office e da vida mais doméstica que a sociedade está vivendo nestes tempos", destacou.
Ganharam espaço nas preferências as cestas de café da manhã (18,6%) e delivery de refeições (11,3%).
O Dia das Mães é uma das apostas do setor para recuperar parte das perdas dos últimos meses. Nos primeiros quinze dias de abril, o varejo da cidade de São Paulo registrou uma queda de 30,7% no movimento. Segundo Solimeo, a retração em comparação com março aconteceu devido ao aumento das restrições da quarentena no estado para conter a disseminação da covid-19.
"No começo de março o comércio funcionava. No início de abril estava fechado. A queda desta movimentação era inevitável. A esperança de uma melhora significativa da economia só virá com o aumento da oferta de vacinas", avalia o economista.
Apesar do movimento na primeira metade de abril ser 60% maior do que o verificado no mesmo período de 2020, o resultado ainda é 40% abaixo de 2019.
Além da data comemorativa, o economista diz acreditar que o setor pode ganhar força com a liberação do auxílio emergencial e o adiantamento de metade do 13º salário para os aposentados. (Colaboraram Beatriz Cavalcante e Samuel Pimentel)