A redução de 2% feita pela Petrobras na gasolina e que entrou em vigor no dia 1º de maio não surtiu efeito nenhum no preço médio do combustível vendido ao consumidor cearense, segundo atestam os dados da pesquisa semanal feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Pelo contrário, o preço médio do litro comercializado no Estado subiu de R$ 5,490 (entre 25 de abril e 1º de maio) para R$ 5,572 na última semana - o mais elevado das últimas quatro semanas.
Em Fortaleza e Região Metropolitana, a maioria dos postos cobra acima da média apurada pela ANP, saindo em torno de R$ 5,78 o litro. Já o valor máximo encontrado pelos fiscais da Agência no Estado é de R$ 5,899. Com o novo aumento, o acúmulo de altas no preço médio do litro da gasolina comercializada no Ceará chega a 17,15%, entre janeiro, quando o valor era R$ 4,756, e a primeira semana de maio.
O novo pico atingido pela gasolina no Estado tem explicação, novamente, nos indicadores do mercado internacional. O barril de petróleo brent - usado como referência para o cálculo dos combustíveis pela Petrobras - saiu de US$ 67,25 em 30 de abril para US$ 68,28 em 7 de maio, com picos de R$ 68,88.
Uma alteração neste cálculo não foi mencionada pelo novo presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, que tomou posse do cargo em 19 de abril. A expectativa era de mudança, após o presidente Jair Bolsonaro criticar duramente o antecessor de Silva e Luna, Roberto Castello Branco, devido aos aumentos sucessivos da gasolina e do diesel em 2021. As falas de Bolsonaro renderam, na época, um dos maiores tombos da petroleira no mercado de ações.
Discreto nas ações desde a posse, o general da reserva Joaquim Silva e Luna fez um discurso para o conselho de administração dizendo pouco sobre questões centrais para a empresa, como o futuro das privatizações. Segundo fontes, o general quer prosseguir com o programa de venda de ativos, mas não chegou a detalhar como fará isso. Boa parte de sua fala foi focada na importância do corpo técnico e na intenção de valorizar os trabalhadores.
No fim das contas, o Ceará acabou a primeira semana de maio com a 13ª gasolina mais cara do Brasil e a 5ª mais cara do Nordeste - atrás de Piauí (R$ 5,687/litro), Bahia (R$ 5,653/l), Alagoas (R$ 5,652/l) e Sergipe (R$ 5,596/l).
O mesmo comportamento de alta foi observado no diesel, segundo mostra o levantamento da ANP. Da mesma forma da gasolina, o valor médio do combustível atingiu o patamar mais elevado das últimas quatro semanas, ao chegar em R$ 4,520 por litro.
Neste caso, além da variação do petróleo brent, soma-se ao fator internacional ações do Governo Federal. Ao mesmo tempo que o barril teve a elevação de preço, a desoneração de PIS/Cofins feita pela União acabou em 1º de maio, trazendo esta carga tributária de volta ao cálculo do diesel.
Quando da desoneração, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que a redução no PIS/Cofins por dois meses era uma "medida emergencial" enquanto o governo analisa formas de "combater a volatilidade do preço do diesel". Mas nenhuma medida foi anunciada desde o fim da desoneração.
Usado principalmente nos veículos do transporte de cargas, a alta deste combustível tem mais peso sobre o aumento no preço de itens básicos que dependem do modal rodoviário, como os alimentos.
Ranking do preço médio do litro da Gasolina
Confira a lista, do maior para o menor, a partir dos dados apurados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP):
ACRE: R$ 6,262
RIO DE JANEIRO:
R$ 6,117
GOIÁS: R$ 5,853
TOCANTINS: R$ 5,853
DISTRITO FEDERAL:
R$ 5,832
RIO GRANDE DO SUL:
R$ 5,79
MINAS GERAIS: R$ 5,787
PIAUI: R$ 5,687
BAHIA: R$ 5,653
ALAGOAS: R$ 5,652
RONDÔNIA: R$ 5,624
SERGIPE: R$ 5,596
CEARÁ: R$ 5,572
MATO GROSSO DO SUL: R$ 5,569
ESPIRITO SANTO:
R$ 5,542
PARÁ: R$ 5,497
MATO GROSSO: R$ 5,455
RIO GRANDE DO NORTE: R$ 5,442
RORAIMA: R$ 5,382
PERNAMBUCO: R$ 5,313
AMAZONAS: R$ 5,311
SAO PAULO: R$ 5,295
PARANÁ: R$ 5,284
PARAÍBA: R$ 5,218
MARANHÃO: R$ 5,118
SANTA CATARINA:
R$ 5,11
AMAPÁ: R$ 4,868