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Quantidade de cearenses na Bolsa cresce 140% desde 2019
Economia

Quantidade de cearenses na Bolsa cresce 140% desde 2019

| INVESTIMENTO | Pessoas físicas com cadastro na B3 saltou de 30 mil para mais de 72,5 mil mesmo em meio à pandemia e crise econômica
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COM SEDE no Ceará, Aeris abril capital na B3 (Foto: Ricardo Reis/Divulgação)
Foto: Ricardo Reis/Divulgação COM SEDE no Ceará, Aeris abril capital na B3

O número de investidores cearenses com aportes na B3 chegou aos 72.504. A quantidade é 140% maior ante 2019, quando havia pouco mais de 30 mil. De lá para este início de maio, o cenário econômico mudou, principalmente por conta da pandemia, mas, os números seguem em crescimento.

De acordo com especialistas, a alta foi motivada principalmente por conta da queda da taxa básica de juros (Selic) ao menor patamar da história. Na B3, o Ceará é o 12º estado do Brasil em quantidade de investidores. No valor total investido, aparece como o nono, com mais de R$ 7 bilhões em recursos.

O economista Gilberto Barbosa ressalta que o movimento de crescimento da quantidade de CPFs inscritos na Bolsa deve continuar. Se no primeiro momento a queda da taxa de juros fez com que as pessoas deixassem investimentos mais conservadores e menos rentáveis e aderissem à renda variável para melhorar o rendimento da carteira, agora, com mais informações, os aportes devem continuar.

A principal mudança de cenário foi a volta do crescimento da taxa de juros, mas, no pior dos quadros, a Selic não ultrapassa os 6%, estima o economista. "As pessoas vão descobrindo com o tempo as oportunidades de crescimento da renda com os investimentos (além da antiga poupança). Temos também muita gente falando sobre investimentos, tornaram-se acessíveis, grandes empresas facilitando o acesso a diversos serviços e aplicações", afirma.

Gilberto destaca que o brasileiro ainda passa por um momento de aprendizagem. Comparada a outros países, a parcela de brasileiros que investe ainda é pequena. O investidor local tem entendido que períodos de crise econômica e juros baixos são cíclicos e que os investimentos são voltados ao longo prazo, perdendo um pouco daquele ideário de aposta certeira que gera lucros milionários em pouco prazo.

Este movimento também beneficia pessoas jurídicas. O número de IPOs (oferta inicial de papéis de uma empresa que abre capital) aumentou e atraiu empresas de diferentes segmentos que atuam no Ceará, como Aeris e Pague Menos.

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Um estudo divulgado pela B3 no fim de 2020 revelou que o perfil dos 2 milhões de novos investidores que entraram na Bolsa entre 2019 e 2020 é representado por jovens - 32 anos - que começam com valores menores, na média R$ 660, e têm visão de investimentos para o longo prazo, com característica de manter sua posição mesmo em momento de volatilidade.

Conforme a B3, o ticket mais baixo não se traduz em menor diversificação. Quase metade dos investidores (46%) passou a ter posição em mais de um produto de renda variável logo após a sua chegada à Bolsa. Em 2016, por exemplo, 78% das pessoas físicas detinham somente ações. Em 2020, esse número cai para 54%, e outros produtos passam a integrar as carteiras.

Para o head de Mesa Variável da M7 Investimentos, Thomaz Bianchi, a entrada no mercado de capitais num cenário em que muita informação é difundida de forma livre pela internet também representa um desafio. Há sim risco de que pessoas orientadas de forma incorreta obtenham prejuízos.

Thomaz aconselha aos novatos buscarem informações confiáveis, até mesmo a ajuda de um profissional de investimentos, para que não sofra com erros. "O que temos sentido na ponta ainda é um investidor imaturo, que segue indicações de amigos ou colegas que ganharam algum dinheiro, não levam em consideração a diversificação da carteira".

Ele destaca que o momento econômico e político, que causa volatilidade, pode pressionar essas pessoas. "Para este ano as perspectivas são positivas, mas vimos na semana passada algumas movimentações de mercado de bolsas derreterem 2%, 3%. Não será qualquer papel que vai subir, diferentemente do que vimos em 2020, quando muitas pessoas compraram na baixa e colheram lucros na retomada do mercado".

Pessoas físicas na Bolsa - por estado

SÃO PAULO
Homens - 1.013.250
Mulheres - 399.642
Total - 1.412.892

RIO DE JANEIRO
Homens - 273.308
Mulheres - 108.940
Total - 382.248

MINAS GERAIS
Homens - 269.363
Mulheres - 98.236
Total - 367.599

RIO GRANDE DO SUL
Homens - 155.516
Mulheres - 52.460
Total - 207.976

PARANÁ
Homens - 173.673
Mulheres - 60.495
Total - 234.168

SANTA CATARINA
Homens - 135.390
Mulheres - 44.914
Total - 180.304

DISTRITO FEDERAL
Homens - 86.783
Mulheres - 36.529
Total - 123.312

BAHIA
Homens - 87.676
Mulheres - 33.584
Total - 121.260

CEARÁ
Homens - 53.790
Mulheres - 18.714
Total - 72.504

TOTAL NACIONAL
Homens - 2.679.044
Mulheres - 1.007.982
Total - 3.687.026

Fonte: B3

 

DESEMPENHO NA B3 DAS EMPRESAS NO CEARÁ

Arco Platform (ARCE - Nasdaq)
14/5 - US$ 24,36 / variação (-2,83%)
Capitalização em 14/5 - US$ 1,4 bi
Variação em um ano (-52,38%)

Banco do Nordeste (BNBR3 - B3)
14/5 - R$ 71,50 / variação ( 3,62%)
Capitalização em 14/5 - R$ 6,18 bi
Em um ano (-0,15%)

Cia Energética do Ceará (COCE5 - B3)
14/5 - R$ 56,70 / variação ( 0,71%)
Capitalização em 14/5 -
R$ 5 bi
Em um ano ( 9,08%)

Grendene SA (GRND3 - B3)
14/5 - R$ 9,55 / variação ( 4,83%)
Capitalização em 14/5 - R$ 8,62 bi
Em um ano ( 51,35%)

Hapvida (HAPV3 - B3)
14/5 - R$ 14,74 / variação ( 0,96%)
Capitalização em 14/5 - R$ 56,75 bi
Em um ano ( 57,78%)

M. Dias Branco (MDIA3 - B3)
14/5 - R$ 26,40 / variação ( 2,01%)
Capitalização em 14/5 - R$ 8,92 bi
Variação em um ano (-23,96%)

Pague Menos (PGMN3 - B3)
14/5 - R$ 10,68 / variação (-1,48%)
Capitalização em 14/5 - R$ 4,73 bi
Variação em um ano - não completou um ano de B3

Aeris (AERI3 - B3)
14/5 - R$ 8,52 / variação (-0,47%)
Capitalização em 14/5 - R$ 6,53 bi
Variação em um ano - não completou um ano

Fonte: B3 / Organizado por Investing.com

 

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