Assim como nos supermercados, os alimentos vendidos na Central de Abastecimento S/A (Ceasa) de Maracanaú também têm os preços alterados pelos reajustes dos combustíveis e isso é notado especialmente quando há entressafra de alguns itens no Ceará ou quando os produtos não são produzidos aqui, segundo afirma o analista de mercado Odálio Girão. É a chamada sazonalidade. A cada temporada, se há mais oferta de frutas, grãos e hortaliças cultivados no Ceará, têm-se preços melhores ao consumidor. Do contrário, há aumento.
Nesta lista de apenados pela alta do diesel - combustível utilizado no transporte de cargas - estão feijão carioquinha, arroz, milho e soja. Todos estes itens vendidos nos galpões da Ceasa vêm do Sul, Sudeste ou Centro-Oeste e têm no frete e, consequentemente, no diesel influência definitiva no preço final, de acordo com Odálio.
Ele conta que os grãos usados como insumo para criação de gado têm sofrido bastante com esta variação e alerta para alterações nos valores cobrados pelos criadores que devem resultar em altas nas prateleiras dos supermercados e açougues também.
"Já era para termos um declínio no preço de grãos, farinhas e insumos para ter preços mais acessíveis na mesa do consumidor. Mas sazonalidade de muitos produtos, a quebra de safra, ou uma mudança de cultura devido ao prejuízo da safra anterior e o mercado internacional interessado em outros produtos também interferem no preço", enumera o analista de mercado sobre os demais fatores que influenciam no valor cobrado pelos alimentos.
Mas alguns itens, principalmente frutas, tiveram safras que se sobrepuseram ao aumento do litro do diesel, indica Odálio Girão. Laranja, tangerina, uva e abacate são os citados por ele como de melhor custo devido à grande oferta. "Laranja vindo de São Paulo está por R$ 2,20 o quilo. Já a uva, com a produção do Vale do São Francisco, saiu de R$ 8 por quilo, para R$ 4,50 - a verde - e R$ 6 - a roxa", exemplifica.