A experiência do paraense Victor Scantlebury com o turismo de vacinação teve contornos quase cinematográficos. O arquiteto de 31 anos estava fazendo um curso de mestrado na Colômbia, quando a pandemia de Covid-19 atingiu o mundo em cheio.
“Em janeiro de 2020 eu tinha acabado de voltar de Belém. Então, essa foi a última vez que eu fui para casa. Aí fecharam tudo. Naquele momento eu estava desempregado, preocupado com o futuro, mas felizmente eu consegui um emprego à distância para me manter lá na Colômbia, que foi um dos países no mundo mais restritos em relação a pandemia”, relembra. Em abril, com a pandemia começando a dar indícios de arrefecimento, Victor decidiu ir aos Estados Unidos visitar alguns amigos, em Los Angeles, na Califórnia. Na época, ele não havia atentado para a possibilidade de se vacinar naquele país.
“Eu não vim com esse objetivo, até porque eu não tinha muita informação naquele momento. Estando aqui soube que em alguns estados da costa leste norte-americana estavam vacinando turistas. Daí resolvi conhecer Nova York, que era um sonho de infância, mas foi na Filadélfia, que eu consegui me vacinar. Lá eles não estavam exigindo nada, só um documento de identificação e, também, estavam aplicando a vacina da Jansen, que é dose única. Fiquei com medo de não conseguir tomar a segunda dose da Moderna ou da Pfizer quando voltasse para Califórnia”, relata.
Sobre o turismo de vacinação ele afirma não saber se compensa, mas para quem já deseja viajar ao País, Victor cita o próprio exemplo para dar algumas dicas. “Trouxe para cá US$ 4 mil em espécie, com o objetivo de não gastar tudo. Eu estou passando mais tempo na casa de uma amiga, então, estou economizando com a hospedagem, que é o mais caro. Enfim, eu acho que como está bem lenta essa questão da vacinação no Brasil, por vários problemas políticos, quem tiver oportunidade, que venha."