Quando se fala tanto em compartilhamento de dados pessoais e bancários, logo surge o receio sobre a segurança. O doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vivaldo José Breternitz, destaca que o princípio do Open Banking - de que o cliente deve buscar o serviço em uma instituição financeira, que irá demandar de outra os dados e, num terceiro passo, a instituição demandada irá buscar a confirmação do cliente - diminui os riscos.
A possibilidade de vazamentos de dados, só ocorreriam em caso de roubos em um hackeamento ou com o usuário caindo em phishing (técnica de engenharia social usada para enganar usuários e obter informações confidenciais como nome de usuário, senha e detalhes).
"É uma evolução, mas não é uma revolução no sistema bancário. Pode estar pavimentando o caminho para o sistema financeiro, pois o Brasil tem uma quantidade pequena e concentrada de bancos; então essas grandes instituições podem se entender e ninguém oferecer condições tão diferentes quanto aos outros", afirma.
Ivo Mósca, líder do grupo de trabalho de Open Banking na Febraban, destaca que a questão da segurança de dados foi um dos focos principais durante o desenvolvimento do Open Banking, que vem sob as bases da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). "Na prática, o Open Banking vai permitir que haja a agregação de contas, como se realmente tivesse uma única carteira. (Mas) O cliente precisa autorizar a doação de informações".