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Bate-pronto com Roseane Medeiros
Economia

Bate-pronto com Roseane Medeiros

Secretária executiva da Indústria da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará (Sedet)
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Roseane Medeiros (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo Roseane Medeiros

O POVO - Como a senhora avalia o anúncio de que teremos uma diretriz nacional para o hidrogênio?

Roseane Medeiros - Sem dúvidas que ter uma política nacional contribuindo com essa nova matriz energética é fundamental para o desenvolvimento. No Ceará, trabalhamos para desenvolver as políticas regionais, locais, mas ter o Plano Nacional do Hidrogênio (PNH) oferece até mais segurança aos investidores. O que nós temos hoje de fato é um grande potencial competitivo, muito firme, em relação ao hidrogênio verde (H2V). Mas nós precisamos trabalhar muito, pois não estamos competindo com outros estados do Brasil, mas o mundo todo, outras regiões do mundo têm possibilidades vantajosas, alguns locais até com potencial de produção de energia maior, como a solar fotovoltaica no norte da África - que estão mais próximos da Europa, que será o continente que mais demandará. Então nós temos que nos consolidar, avançar em conhecimentos e o PNH será muito importante nesse processo, com o Ceará sendo um pioneiro na produção de H2V no País, pois além da grande produção de energia limpa, temos o Porto do Pecém, que é o porto bem estruturado mais próximo da Europa.

OP - Como será alinhado o trabalho nas diversas frentes entre os parceiros no desenvolvimento desse hub?

Roseane - Em 19 de fevereiro foi assinado um memorando de entendimento entre o Governo do Estado, mas envolvendo diversas secretarias que vão alinhar em torno dessa nova demanda. Aí eu falo de Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Educação, Infraestrutura, até Assuntos Internacionais. Mas o plano ainda inclui a UFC, Fiec e Complexo do Pecém, para formar um ambiente propício para melhorar o ambiente de negócios em torno dessa nova matriz porque o que pretendemos só atrair empresas com capacidade para produzir H2V, mas toda a cadeia das energias renováveis, porque a produção depende basicamente de duas coisas: energias renováveis e água. Por isso precisamos estruturar as cadeias envolvidas.

OP - Até onde pode evoluir o hub de hidrogênio do Ceará?

Roseane - O que posso dizer a partir do que conversamos com os investidores com quem temos tratado - e o governador (Camilo Santana - PT) deve fazer mais anúncios sobre memorandos de entendimento que ainda estão em tratativas no momento ideal - é que eles estão vindo observar as potencialidades e estão muito bem impressionados. De uma maneira geral, os investidores têm reconhecido o êxito do Ceará em diversas áreas, como infraestrutura, educação, recursos hídricos, além do trabalho no Complexo do Pecém, pelo dinamismo e modernidade e que trata bem os parceiros. Outro fato que pesa a favor é a sociedade com o Port of Rotterdam. Estamos trabalhando para potencializar as virtudes e dar agilidade às demandas que os investidores têm feito, até para despertar interesse em mais empresas. O sucesso será coletivo e isso envolve Governo, academia, setor privado e a sociedade em si. Nós temos uma grande oportunidade no Ceará e se trabalharmos coletivamente, teremos uma transformação.

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