Uma reunião realizada há aproximadamente um mês pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a elaboração de diretrizes do Plano Nacional do Hidrogênio (PNH) e, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o trabalho deve ficar pronto em até 60 dias. A partir desta medida, será definida a baliza para o desenvolvimento de infraestrutura de produção, armazenamento, transporte e distribuição.

Representante dos estados na cúpula do CNPE, o secretário executivo de Energia e Telecomunicações na Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Adão Linhares, afirma ao O POVO, que o que deve ser definido pelo Governo Federal serão diretrizes que não aplicarão subsídios - como é praticado na Europa -, mas incentivar o fortalecimento e uso da matriz e dar facilidades para aumentar a atratividade do hidrogênio no mercado.

Adão relata que o PNH deve incluir a produção a partir de fontes limpas, como a desenvolvida no Ceará a partir da produção excedente da matriz eólica e fotovoltaica, como também a produção de hidrogênio por outros meios possíveis, como gás natural e até carvão mineral.

Os setores que estão na mira do PNH são, principalmente, o de transportes, siderurgia e fertilizantes. Adão destaca que a realidade do combustível nacional é diferente da Europa, por exemplo, por já sermos pioneiros na produção e uso de biocombustíveis, como o etanol, biodiesel e a parcela de etanol na gasolina. Mas está na mesa iniciativas como penalizar o uso de combustíveis mais poluentes ou beneficiar o menos poluente. "É um mercado que vai começar e é um caminho sem volta", destaca.

O uso do H2V no mercado local será balizado a partir de políticas públicas já em desenvolvimento. Entre as principais está a distribuição de hidrogênio a partir da infraestrutura da Companhia de Gás do Ceará (Cegás) e teremos projetos desenvolvidos a partir do que vier da Parque Tecnológico da UFC e demandas da indústria.

"(O desenvolvimento de uma política em torno do hidrogênio) É a possibilidade de transformação completa do desenvolvimento da nossa economia a partir do nosso potencial de produção de energia limpa", diz Adão.