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Qualidade do ensino é a prioridade , diz Oto de Sá Cavalcante
Economia

Qualidade do ensino é a prioridade , diz Oto de Sá Cavalcante

Entrevista. Presencial e remoto.
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Oto de Sá Cavalcante, diretor-presidente do grupo Ari de Sá (Foto:  Mauri Melo, em 27/07/2012)
Foto: Mauri Melo, em 27/07/2012 Oto de Sá Cavalcante, diretor-presidente do grupo Ari de Sá

Figura experiente no mercado de educação, Oto de Sá Cavalcante observa o momento como "dificílimo". O impacto direto da crise econômica impactou alunos, novas matrículas e a capitalização das organizações. Mas avalia que o ensino remoto é uma opção a mais para o pós-pandemia, mesmo considerando que o presencial deva continuar em evidência e atrair maior parte das matrículas.

O POVO - Quais os principais desafios para o mercado educacional ligado ao Ensino Superior?

Oto de Sá Cavalcante - A Faculdade Ari de Sá surgiu num momento muito difícil do Ensino Superior. Momento de uma grande crise, mesmo assim continuamos com os investimentos. E aqui, mesmo com a diminuição no número de alunos, continuamos primando pela qualidade. E vamos continuar dando prosseguimento a esse processo.

OP - Passar tanto tempo com atividades somente remotas desde o ano passado afetou de alguma forma o planejamento da Faculdade Ari de Sá? E como o senhor analisa o ensino remoto no Ensino Superior?

Oto - O ensino remoto é muito mais difícil do que o presencial. Mas fizemos muito investimento em pessoal, treinamento e equipamento para permitir a continuidade das aulas. Mas reconhecemos que o ensino à distância será complementar ao ensino presencial, que vamos dar continuidade para todos os cursos possíveis assim que for permitido.

OP - O trabalho do grupo Ari de Sá no setor de educação é abrangente, como o senhor analisa esse crescimento nos últimos anos?

Oto - Considero que mais importante que o crescimento numérico é o crescimento qualitativo. E o crescimento qualitativo está além das nossas expectativas, na nossa avaliação. Nos colégios, o resultado mais marcante que nós temos e que causou uma repercussão no Brasil todo foi ter 25 aprovados no vestibular do ITA. Temos obtido resultados notáveis em Medicina e em Direito em ótimas universidades, mantendo nossa tradição. Também tivemos resultados positivos em olimpíadas internacionais. Na faculdade estamos tendo resultados, para nós, espetaculares. Na área do Direito, o exame da OAB é o principal desafio para os alunos, pois muitas pessoas concluem o curso, mas não passam no exame. Mas, nós, no último exame da OAB, em 2020, só fomos superados pela UFC. Ser superado pela UFC é uma honra. No nosso curso de Engenharia Civil temos o primeiro lugar do Norte Nordeste e o quinto do Brasil, segundo o Enade. E, finalmente, nota máxima no índice geral de cursos do MEC entre as particulares.

OP - O Ensino Superior sofreu um baque em relação ao aprendizado?

Oto - É um momento difícil da escola como um todo. É um momento dificílimo. Passar esse longo período com ensino remoto foi prejudicial não só para o Ensino Superior, mas em todos os níveis. Prejudicou a Educação como um todo, desde o Ensino Básico até o Superior. Esperamos que a situação melhore a partir da vacinação em massa, superemos a pandemia para que a gente volte à normalidade.

OP - Como o senhor vislumbra o futuro da educação Superior no Ceará após a experiência da pandemia?

Oto - Há uma certa interrogação. Nós não sabemos realmente da situação de cada instituição e precisamos esperar como cada uma deve se portar, mas logo logo saberemos. Neste momento, o setor educacional está descapitalizado pelo longo período de pandemia. Então não veremos investimentos da forma como se planejava antes da doença, mas as lições que a pandemia deixou serão aprendidas e algumas tendências vão continuar. A ampliação dos cursos será mais modesta do que antes da pandemia.

 

 

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