A configuração de um cenário concreto de instalação da quinta geração de internet móvel no Brasil, o 5G, também foi motivo de considerações no Índice Global Speedtest, ao considerar que "o Brasil está à beira de uma revolução da Internet, com um próximo leilão de espectro 5G e futuros investimentos em banda larga se tornando uma prioridade". Um edital sob avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) e expectativa de lançamento na segunda metade de 2021 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) justificam a expectativa, que deve beneficiar diretamente Fortaleza e o Ceará.
Se o cronograma em avaliação for aprovado e não sofrer atrasos, a capital cearense - como todas as demais 26 capitais do País e o Distrito Federal - deve contar com rede 5G apta para uso já em julho de 2022, o que demonstra um avanço considerável no setor de telecom, na avaliação de Eduardo Tude. De acordo com ele, o desempenho do Brasil e de Fortaleza no levantamento demonstram "um bom avanço, primeiro, porque já tem uma cobertura 4G muito grande e que eleva a velocidade, além disso há o 4,5 G e, agora, o próximo passo é a chegada do 5G".
"Esperamos que as mudanças móveis do Brasil continuem a acelerar à medida que a tecnologia 5G se torna mais acessível e os provedores de rede invistam em mais implantações 5G. O leilão de espectro que acontecerá em breve deve melhorar as ofertas 5G para os consumidores e acelerar drasticamente a experiência móvel dos brasileiros", afirma o relatório.
Sobre o reflexo direto disso aos usuários, Tude diverge de alguns especialistas e afirma que o consumidor será o primeiro beneficiado com a chegada do 5G. "Inicialmente, vai representar um aumento de velocidade para os consumidores. Em seguida, aí sim, vêm os novos serviços para o B2B (do inglês business to business ou de negócio para negócio, em tradução livre), que talvez seja o foco do 5G", afirma.
Tude conta que, nos países onde já foi implementado o 5G, o desenvolvimento de tecnologia para indústrias, educação e saúde acontece em um segundo momento, exatamente porque a tecnologia é nova e as modelagens do uso do 5G mudam constantemente.
Já sobre o acesso do usuário final à quinta geração de telefonia móvel, o presidente da Teleco considera que os altos preços cobrados pelos equipamentos devem restringir o uso à população de maior poder aquisitivo no momento imediatamente posterior à implantação do 5G. Mas pondera que, assim como as demais tecnologias, os preços devem baixar no médio prazo.