A análise de empresários do setor de energia é de que o processo de mudança nacional da matriz energética possa ser baseada na produção de energia eólica offshore.
Luis Eduardo Moraes, diretor de Geração Centralizada do Sindienergia-CE, afirma que as empresas interessadas já realizam pesquisas por meios próprios ou em parcerias com estados e universidades. Paralelo a isso, entende que existe uma questão em torno da legislação: de que toda plataforma necessária para o investidor tomar o risco da aplicação esteja estabelecida.
Ele lembra que, somente o Ceará, com base no Atlas Eólico e Solar, possui um potencial de 117,2 GW de produção, o que supera os 2,8 GW de potência instalada que atende o Estado.
"A eólica offshore vem para se somar, e essa produção de energia é o futuro do mundo, vemos pelas metas climáticas antecipadas, de carbono zero", completa.
Sobre os questionamentos em torno do impacto ambiental da instalação das torres no mar, o empresário e presidente da Gram Eollic Fernando Ximenes, considera que o método de produção no mar é menos invasivo do que a própria produção eólica em terra e sobretudo em comparação à produção hidrelétrica.
"Falando de eólica offshore, o Brasil conta com 5 mil GW de potencial, enquanto conta com 171,11 GW de produção atualmente, dentre todos os tipos de matrizes energéticas, hidrelétrica, térmica e nuclear. O Brasil tem 30 vezes mais potencial no mar de produção do que somando todos".
Esse potencial offshore, segundo ele, pode gerar vultuosos investimentos, pois o Brasil terá custo relativamente baixo nesta modalidade, pois o platô marítimo é raso e arenoso, com possibilidade de produção próximo da costa, o que demandaria linhas de transmissão menores.
A transição também contribuiria com a redução do custo de energia, uma vez que as energias eólica ou solar do Brasil cobradas às distribuidoras é, em média, de US$ 15 por MW, enquanto o cobrado no exterior varia entre US$ 30 e US$ 40.