Uma das poucas indústrias do setor a beneficiar as rochas em solo cearense e conseguir exportar para os Estados Unidos - onde só entram as chapas já beneficiadas -, a Ceará Stones sofreu, com as retrações causadas pela pandemia de Covid-19, uma mudança na carteira de clientes para manter a demanda em alta. Da infraestrutura, passou a atender os prédios de luxo. Estratégia que deu certo e, entre 2020 e 2021, um crescimento de 20% na demanda foi contabilizado.
A expectativa futura, segundo aposta Flávio Gomes, diretor da empresa, é que o Ceará se projete como um dos principais exportadores nos próximos dez anos. O envio de rochas para o exterior, como ele revela, ainda é 70% dos negócios da indústria. China e Itália são os principais destinos dos blocos extraídos da mina de Santa Quitéria, a 282,5 quilômetros de Fortaleza, além dos Estados Unidos. Hoje, pisos de aeroportos, shoppings e edifícios empresariais contam com as pedras saídas do Ceará, como exemplifica o diretor.
No exterior, algumas obras de infraestrutura mantiveram o ritmo e esta demanda sustentou o crescimento da empresa no último ano. Atualmente, Gomes conta que tem contrato de um ano para atender a construção de um museu na China.
A principal virada no tipo de clientes foi no Brasil. "Na pandemia, precisamos parar porque obras de infraestrutura estacionaram, mas a construção civil de alto padrão voltou e fez com que o mercado nacional reagisse", conta, enumerando cerca de quatro obras em curso no Ceará, além de outras em São Paulo. Com isso, a expectativa frustrada de atender a demanda pelas reformas dos aeroportos nordestinos leiloados pouco antes da pandemia não refletiu sobre os negócios da Ceará Stone.
A empresa, segundo Gomes, tem na alta dos fretes os principais empecilhos e aponta a crise dos contêineres na China como um dos motivos, o que só deve se solucionar dentro de seis meses, na projeção dele.