Indo além das quadrilhas juninas e festas, até para saborear as comidas típicas do período está sendo difícil. De acordo com os dados do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (IPC/FGV), os preços dos "produtos juninos" aumentaram mais que o dobro da inflação nos últimos 12 meses. Os principais vilões foram o arroz ( 52,45%), carnes bovinas ( 34,4%), leite condensado ( 25,6%), açúcar cristal ( 24%), além da farinha de trigo ( 18%).
Matheus Peçanha, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, destaca que a priorização de repasse de produtos ao mercado externo e crise hídrica (que impactou a produção de soja, milho, arroz e amendoim no Centro Sul) reflete nos preços.
Apesar do aumento de preços considerável, de acordo com a Associação Cearense de Supermercados (Acesu), houve crescimento de 5% nas vendas de produtos relacionados com o período junino ante 2020. Conforme o presidente da entidade, Nidovando Pinheiro, a alta acontece, sobretudo, devido às pequenas comemorações em casa.
"A expectativa positiva para o setor são as pequenas comemorações em casa ou até mesmo no trabalho, já que as tradicionais quermesses e festas em escolas, clubes e igrejas não vão ser realizadas. Mas os supermercados estiveram abastecidos com os itens juninos para atender bem o consumidor, e estimamos venda superior ao ano passado, sobretudo devido a ampliação da campanha de vacinação do coronavírus", diz.