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Nova bandeira vermelha aumenta em 5% a conta de energia do consumidor médio
Economia

Nova bandeira vermelha aumenta em 5% a conta de energia do consumidor médio

Consumidor deve ser impactado tanto com o reajuste da tarifa residencial, como pelos impactos na cadeia de consumo com aumentos na indústria, comércio e serviços
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Aneel aprovou realização de consulta pública para analisar novo aumento da bandeira vermelha de patamar 2 (Foto: Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Aneel aprovou realização de consulta pública para analisar novo aumento da bandeira vermelha de patamar 2

O impacto da nova tarifa de bandeira vermelha patamar 2, que adiciona R$ 9,492 a cada 100 kW/h consumidos, representa acréscimo de pelo menos 5% na conta de energia elétrica. O resultado foi obtido a partir de levantamento realizado pelo Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e repassado ao O POVO com exclusividade.

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Esse aumento de 5% se refere aos consumidores do Grupo B, de baixa tensão, que são compostos pela maioria residencial, mas também por pequenas indústrias e comércio. Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), destaca que os consumidores do Grupo A, de alta tensão, que são os industriais e comerciais de maior porte, o aumento dependerá do perfil de consumo e do tipo de contrato com a distribuidora.

A certeza é de que a conta será maior para esses entes econômicos. "Representará um aumento significativo, o que nos preocupa bastante, pois impactará os custos de produção de forma relevante e deve provocar aumento da inflação (com aumento de preços ao consumidor final)", segundo ele.

Na comparação entre o custo da energia na bandeira verde, com a bandeira vermelha anunciada nesta semana, o impacto adicional fica na casa dos 16% de acréscimo. Bandeira verde é uma condição tarifária que não acontece desde o fim de 2020. quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira verde acionada até 31/12.

Além do aumento da tarifa, a agência ainda anunciou a abertura de uma consulta pública para debater o valor da bandeira vermelha patamar 2, pois já avalia aumentar novamente o valor, dos R$ 9,492 recém-anunciados para R$ 11,500. Os valores extras na tarifa seriam para cobrir os custos dos acionamentos das usinas termelétricas.

O deputado cearense Danilo Forte (PSDB) classificou como "absurdo" o aumento, ainda mais depois de o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmar em rede nacional de que não há risco de apagão. Ele esperava que o Governo promovesse uma ação apenas educativa, para inibir o aumento de consumo. "Muito além da inflação ou mesmo da capacidade de produção, já que o ministro Bento confirmou que não teremos racionamento nem apagão".

O presidente do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), Heber Galarce, é enfático ao afirmar que há uma insistência do Governo em resolver o problema sistêmico da falta de energia no Brasil com medidas paliativas.

"Ao citar apenas a necessidade de racionamento, o governo ignora a urgência da aprovação da lei da geração distribuída (a dos painéis nos telhados). Uma fonte que, de fato, pode contribuir com a diminuição da pressão sobre o sistema elétrico nacional, mas que vem sendo ignorada pelos Poderes Executivo e Legislativo nos últimos anos", afirma.

Em resposta à essas demandas, a Aneel abriu consulta pública sobre os critérios de contratação de energia proveniente de Chamada Pública de Energia Distribuída. Joaquim Rolim avalia a iniciativa como positiva e vai permitir que as distribuidoras contratem localmente fornecedores que possam atender a demanda de consumidores onde a rede apresenta perda de qualidade na oferta, por exemplo. E isso pode representar também uma sinalização positiva na problemática que passamos com o risco de racionamento.

"Toda geração que for feita e adicionada à rede, pois cada KW extra diminui o risco de racionamento, é uma adição de energia em favor do sistema e melhoria do serviço", afirma Joaquim, estimando que haja resolução definitiva até o fim do ano.

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